O bambu tem aparecido com insistência nas listas de opções para várias áreas. Versátil, ele pode ser usado na bio arquitetura, decoração, produção de móveis, tecido e artesanato. Planta tropical e de crescimento acelerado, esta gramínea desponta como a mais nova
Que o bambu já é um material conhecido dos decoradores, isso tem mais de 30 anos. A novidade é que com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento de novas espécies está se ampliando as formas de utilizá-lo. Esta é a opinião do design de ambientes, Jonas Reis e que há sete anos trabalha com este material. “Quando me refiro às novas possibilidades estou levando em conta que atualmente a maneira de aplicação do bambu não se restringe à sua forma roliça. Já existem, por exemplo, ripas de bambu, o que abre um leque de opções para produtos e formas”, ensina.
Segundo ele, a busca por novos caminhos vem se intensificando desde que a ONU (Organização das Nações Unidas) cunhou o termo desenvolvimento sustentável, um conceito que buscava compatibilizar as necessidades de desenvolvimento econômico do ser humano com a perspectiva de preservação para a geração futura.
Mariana Balotari Mazzaro é graduanda do curso tecnológico de Design de Produto e está desenvolvendo uma luminária a partir do bambu. “O novo cenário da realidade mundial obriga-nos a adotar uma postura diferenciada em relação ao meio ambiente e atenta-nos aos impactos já causados, procurando soluções para lidar melhor com as soluções ambientais vigentes”, explica.
Reis defende a utilização do bambu por considerá-lo muito versátil.”Ele é alternativo por não constar na lista de matérias de base nas construções e não ser reconhecido como madeira. Sustentável por ter o potencial de sustentar pessoas e empresas e o meio ambiente, pois nada cresce tão rápido quanto o bambu”, informa.
As possibilidades são muitas: Bio arquitetura, mata ciliar, celulose, sequestro/resgaste de carbono, pisos, laminados, vigas, madeira, tecido, móveis e artesanato.
Para Mariana, a partir do levantamento de dados sobre sustentabilidade, verificou-se a necessidade da busca por novos caminhos. “O bambu se destaca nesse sentido e traz muitos benefícios, o que o qualifica para ser o novo alvo da sustentabilidade no mercado brasileiro. Considero essa gramínea uma verdadeira peça nobre para a criação de novos produtos”, expõe.
O interesse do mercado levou o Congresso Nacional a decretar uma lei, em dezembro de 2009, instituindo a PNMCB (Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu) e que tem por principal objetivo incrementar o desenvolvimento da cultura no Brasil por meio de ações governamentais e de empreendimentos privados.
Reis aposta todas as fichas nessa nova tendência. “Acho que aos poucos as pessoas estão descobrindo essa outra possibilidade. Por isso, não acho que o mercado do bambu vá crescer. Ela vai explodir (risos)”, finaliza.