A chuva que voltou a cair em Dracena e região na quarta-feira, 19, depois de mais de 70 dias de estiagem, temperaturas elevadas e baixa umidade do ar chegou a 18 mm, segundo dados da Coordenadoria Técnica e Integral (CATI).

Apesar da temperatura ontem, 20, ter ficado mais amena, para a agricultura e pecuária, os reflexos da chuva não são muito relevantes. Segundo o engenheiro agrônomo da Cati, Marcelo Soares de Sena, para que o solo ficasse em condições de prepará-lo para o plantio de culturas da época, principalmente o milho e o algodão, seria necessário que chovesse pelo menos 70 mm.

PASTAGEM – Na pecuária, a situação é a mesma. “Foi um volume muito baixo. Para a pastagem começar a brotar é preciso chover mais”, informa Sena.

A pastagem para o gado foi um dos setores da agropecuária mais prejudicado na estiagem. Com o pasto seco, os rebanhos necessitam de complementação alimentar para sobreviver, o que gera mais gastos para o produtor.

Técnicos da Defesa Agropecuária (EDA) de Dracena percorrem as propriedades, orientando os pequenos e médios pecuaristas utilizarem piquetes com rodízio do gado nas pastagens.

CAFÉ – Sem chuva, o aquecimento do solo causado pelo forte calor nos últimos dois meses, prejudicou as duas primeiras floradas do café, que pode resultar na quebra da safra de 2013 do produto pelo menos em 10%.

Segundo o agrônomo, ainda há a terceira florada do café prevista para outubro, mas também é preciso mais chuva para não ser perdida como as duas anteriores, além da queda da safra ser bem maior.

Outras culturas típicas da região, como a acerola depende de mais chuva, pelo menos nos próximos 20 dias para florescer e maturar os frutos.

No caso das hortaliças, segundo Sena, devido longo período de seca que geralmente ocorre nesta época do ano, a maioria dos produtores já usa a irrigação.

Para a cana-de-açúcar que predomina hoje na região, a chuva de terça-feira, conforme a Cati, também foi pouca para melhorar o desenvolvimento da cultura.