Quase um mês após a morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, a organização não governamental (ONG) Rio de Paz promove hoje (19) um protesto contra a impunidade no Rio de Janeiro. Para marcar a data, voluntários pregaram 180 cartazes com a pergunta “Quem matou Juan?”, no Aterro do Flamengo, zona sul da capital.
O jovem teria morrido durante um tiroteio em uma operação policial na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele desapareceu no último dia 20 de junho e só foi achado em um córrego de Belford Roxo, também na Baixada, dez dias depois.
O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, lembrou uma pesquisa de 2007 do Ministério Público do estado, segundo a qual apenas 11% dos homicídios são elucidados e 8% têm os culpados punidos. Segundo ele, a intenção é alertar a sociedade e as autoridades públicas sobre a violência.
“Estamos certos que o ciclo de impunidade precisa ser quebrado. Ocorre um assassinato que vira notícia, causa comoção pública, mas é seguido de impunidade, o que faz o crime cair no esquecimento. Estamos certos de que a população não pode ficar calada. Para que essa morte não se repita e aqui no Rio não funcione esse lógica de matar sem medo”, explicou.
Após o episódio, a família de Juan foi incluída no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, do governo federal. Os policiais que participaram da ação em Nova Iguaçu continuam afastados. Um inquérito que apura o envolvimento deles na morte de Juan, foi aberto pela corregedoria da corporação, que aguarda ainda o resultado de perícias feitas.
Na última semana, o juiz do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu, Marcio Alexandre Pacheco da Silva, a pedido do Ministério Público, decretou a quebra de sigilo dos dados telefônicos de mais duas linhas de policiais militares suspeitos.