O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse hoje (10) que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem deficiências “muito graves” na parte jurídica e que algumas mudanças já estão em curso para aperfeiçoar o setor. Entre elas, Rossi citou a nomeação de procuradores da Advocacia-Geral da União (AGU) para responder a processos contra a estatal e um concurso, já autorizado, para a contratação de advogados.
“Infelizmente, a Conab tem 9 mil ações em curso e perdeu prazos em vários processos”, disse em resposta às críticas feitas pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) durante audiência na Comissão de Agricultura do Senado para explicar denúncias feitas pela revista Veja nas últimas duas semanas.
Rossi, que antes de assumir o ministério era presidente da estatal, disse que não teria como acompanhar passo a passo todos os processos. Além disso, segundo o ministro, vários deles eram acompanhados por escritórios de advocacia terceirizados, a um custo entre R$ 50 e R$ 80, insuficiente para a boa prestação do serviço.
Entre as denúncias publicadas pela revista, há um processo no qual advogados da empresa Spam tentam, há muitos anos, receber a quantia de R$ 150 milhões da Conab. Segundo Rossi, o procurador-geral da Conab teria trabalhado contra a própria companhia, em “conluio” com os advogados da Spam, “para dar um golpe no Erário”. Rossi disse que, por isso, determinou que o procurador da estatal fosse afastado e pediu a nulidade do processo.