O desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), suspendeu as audiências marcadas para hoje (31) e amanhã (1º), em Goiânia, para ouvir o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outros envolvidos no processo que apura a exploração de jogos ilícitos em Goiás. A decisão, das 22 horas de ontem (30), foi divulgada apenas agora pela manhã para os jornalistas que chegavam ao prédio da Justiça Federal, em Goiás, para acompanhar os depoimentos.
O desembargador atendeu parcialmente a um pedido de habeas corpus da defesa de Cachoeira, que criticava restrições ao processo e a impossibilidade de conversar reservadamente com seu cliente. Atualmente, Carlinhos Cachoeira está detido no Presídio da Papuda, em Brasília. Apesar de o pedido ser apenas para Cachoeira, a decisão atingiu a todas as 14 testemunhas e os oito réus que iriam depor.
Na decisão, o desembargador alega que o processo não pode continuar enquanto as companhias telefônicas não fornecerem dados complementares e enquanto não houver pelo menos quatro horas de conversa privada entre Cachoeira e seus advogados, sem a supervisão de agentes da Polícia Federal. A decisão liminar ainda pode ser revista pelo TRF da 1ª Região.
No pedido de habeas corpus, a defesa também criticou o desmembramento do processo entre os réus presos (8) e em liberdade (73), alegando que isso estava prejudicando o conhecimento das provas e depoimentos colhidos nos dois lados. Tourinho Neto também considerou a separação do processo foi equivocada, mas não determinou qualquer providência em relação a isso.