Em geral, as pessoas levam alguns dias para voltar à rotina e padrão do sono com o fim do horário de verão. Algumas, no entanto, precisam de mais tempo e podem apresentar cansaço, fadiga e até mesmo chegar à exaustão. 

Por isso, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) dá dicas de como se adaptar à mudança, que ocorrerá no próximo domingo, 16, quando os relógios deverão ser atrasados em uma hora. 
“Na primeira semana, as pessoas devem aumentar a ingestão de líquido e fazer refeições leves, mantendo o mesmo horário, assim o cérebro se adapta o mais rápido possível com a mudança”, explica a diretora do Serviço de Clínica Médica do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Vera Soibelman.
“Se a pessoa está acostumada a tomar café às 7h, deverá fazê-lo no mesmo horário, mesmo que ainda não tenha tanta fome”, afirma.  
Crianças até quatro anos, que ainda não têm compromisso escolar, se adaptam naturalmente à nova realidade. Já as crianças maiores, que cumprem atividades com horário, sentem as mesmas dificuldades de adaptação que os adultos. 
Em qualquer idade, se os sintomas ultrapassarem três semanas, o ideal é procurar o médico, que avaliará o caso e indicará o tratamento adequado. “Algumas pessoas chegam a apresentam irritabilidade, dor de cabeça, diarreia e mudanças de humor”, destaca a especialista.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 40% da população brasileira têm alguma queixa relacionada à insônia, e mudanças súbitas no padrão de sono das pessoas tendem a diminuir a capacidade de concentração e percepção.
Estudo de pesquisadores suecos em 2008 apontou que, nas três semanas que sucederam ao horário de verão, houve um aumento de ataques cardíacos em relação a outras épocas do ano. 
Outro estudo publicado no “New England Journal of Medicine” sugeriu que esse acréscimo nos registros de acidentes cardiovasculares pode ser devido à mudança nos padrões de sono que o horário de verão causa nas pessoas.
A dra. Vera cita ainda um estudo publicado no “Journal of Applied Psychology”, que analisou dados de uma empresa durante 23 anos. A conclusão foi que funcionários cansados e dispersos apresentam queda de produtividade e aumentam o risco de acidentes.