A leishmaniose ainda assusta grande parte das pessoas devido à falta de informação de muitos e aos mitos que são disseminados. É uma doença transmitida pelo mosquito palha que ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário.
O animal contrai a doença através do mosquito contaminado, que se contamina através de outros animais como cachorro, lobo, gambá e até mesmo as aves.
De acordo com o veterinário Eduardo Ribeiro Dário, a doença possui aproximadamente dez anos de existência desde a sua descoberta. Segundo ele, o grande problema é a quantidade existente de mosquitos contaminados.
O mosquito palha (phlebotomus) prefere materiais em decomposição como folhas, frutas, lixo e fezes de animais, preferência desse inseto para por dezenas de ovos e se procriar.
PREVENÇÃO – Segundo Ribeiro Dário existem três alternativas para a prevenção dos cães, são elas: coleira Scalibor, com tecnologia inovadora e uma eficácia comprovada contra o mosquito transmissor da leishmaniose; spray de citronela age como repelente natural sem contra indicações devendo ser borrifado três vezes por dia; e vacinas leishtec ou leishmune que são aplicadas em três doses inicialmente e um reforço anualmente para garantir a imunização do animal. Porém, nenhuma das três alternativas possui 100% de garantia, mas ao utilizar todos os métodos, o cão poderá obter até 98% de proteção.
O profissional salienta que a doença só pode ser transmitida pelo mosquito palha. “As pessoas se enganam quando dizem que o cão pode ser transmissor da doença”.
Ribeiro Dário afirma que sacrificar cães não irá resolver o problema porque o mosquito tem preferência pelo animal e não pelo humano, ou seja, sem o animal em casa o indivíduo corre um risco muito maior de ser picado pelo mosquito.
Também explica que existem alguns estudos que comprovam que ao vacinar o animal, o tratamento é realizado em todo o ambiente e o mosquito ao picar um animal imunizado, irá anular o protozoário no inseto.
O veterinário frisa que o animal que é vacinado estimula uma resposta celular, por isso, a vacinação deve ser reforçada todos os anos corretamente devido à validade de apenas um ano. Se esse período for prorrogado, o proprietário do animal deverá refazer o exame e dobrar a dose do reforço para refazer a estimulação celular.
O cão poderá ter acesso á vacina a partir de quatro meses de idade. O proprietário ao procurar pela vacina deverá realizar um exame onde a sorologia do animal deverá ser negativa.
Se a sorologia for positiva o animal está infectado. Se ele foi infectado há pouco tempo a sorologia poderá resultar em um falso negativo.
A leishmaniose é uma doença lenta. O animal pode ficar de três a quatro anos com ela e não manifestar quaisquer sintomas. As clínicas veterinárias já estão disponibilizando o teste rápido, que são realizados na hora e o resultado sai em até 15 minutos.
O cão deverá tomar três doses de vacinas. Ribeiro Dário nota que o animal apenas será imunizado depois de 21dias da última dose.
ALERTA – A prevenção deve ser realizada assim que se adquire um animal. O repelente a base de citronela pode ser utilizada desde o nascimento. Outros produtos a base de citronela como velas, e até mesmo plantio erva no quintal da residência, ajuda a manter o mosquito afastado do animal.
Ribeiro Dário fala que a doença só será controlada se todos aderirem a vacinação. “Todos devem se conscientizar e fazer da maneira certa que é prevenir” finaliza.
CCZ – Segundo informações do médico veterinário, Ivan José Borges, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), todos os anos, a equipe de campo do Centro realiza o inquérito canino que se fundamentam em visitas nos domicílios que possuem cães para detecção da leishmaniose. Esses profissionais coletam o sangue do animal que é encaminhado para o laboratório e passam por um teste rápido. Se o resultado for negativo, o CCZ emite um documento atestando que o cão não é portador da doença. Se positivo, um novo exame é realizado dessa vez no Instituto Adolfo Lutz em Presidente Prudente. O proprietário do animal ainda tem direito a refazer um terceiro teste para comprovação ou não da doença. Se a doença realmente for constatada, o cão é encaminhado ao CCZ para a realização da eutanásia.
DADOS – No segundo quadrimestre do ano passado, 108 animais foram sacrificados. No terceiro quadrimestre houve a coleta de sangue de 621 cães, dentre esses, 58 casos foram positivos. Uma queda de mais de 46% de casos de leishmaniose. Ivan ainda ressalta que desde o ano de 2004 quando os trabalhos de conscientização do combate à leishmaniose foram iniciados no município, até os dias atuais, houve uma diminuição de mais de 90% dos casos em Dracena. Segundo ele, a queda é devida ao aumento dos cuidados da população com os animais juntamente com as orientações do CZZ e da mídia à população.