Quando os rins param de funcionar a hemodiálise e/ou diálise surge como uma opção de tratamento que permite remover as toxinas e o excesso de água do organismo através de uma máquina. Os pacientes que perderam a função renal e irreparavelmente atingiram a fase terminal da doença contam com o método de tratamento que substitui as funções do rim. O processo artificial serve para retirar, por filtração, todas as substâncias indesejáveis acumuladas pela insuficiência renal crônica.
O setor de hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de Dracena está em funcionamento desde dezembro de 1986 e atualmente atende cerca de 100 pacientes de Dracena e toda a região, inclusive algumas cidades do Mato Grosso do Sul.
Os pacientes variam entre homens e mulheres de todas as idades. Quando se detecta a insuficiência renal – paralisação do rim – há três modalidades de tratamento: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.
Na hemodiálise o sangue é filtrado por uma máquina e essas substâncias acumuladas no sangue são removidas, permitindo que o paciente se sinta bem e possa continuar vivendo.
A diálise peritoneal é uma opção de tratamento através do qual o sangue que circula nos vasos sanguíneos do peritônio (uma membrana presente na cavidade abdominal) fica em contato com um líquido de diálise que é colocado na cavidade abdominal através de um cateter.
No transplante renal um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada. Através de uma cirurgia esse rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas. (Com informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia).
De acordo com o médico nefrologista Antônio Américo Alves, o paciente que adere a um dos métodos de tratamento, tem uma qualidade de vida boa e preservada. A hemodiálise costuma ser realizada, três vezes por semana, quatro horas por dia. Os municípios da região costumam oferecer transporte até o hospital.
A Santa Casa de Dracena fornece o tratamento com completa equipe médica, além de suporte nutricional e assistência social e psicológica.
Cinquenta por cento das máquinas precisam ser trocadas. Os equipamentos funcionam mais de 12 horas por dia e vão se deteriorando naturalmente. O nefrologista ainda informa que é necessária a ampliação do setor de hemodiálise para continuar atendendo a demanda que cresce a cada ano cerca de 10%.
Hoje, 92 pacientes realizam hemodiálise na Santa Casa, e oito a diálise peritoneal em suas residências. O aparelho da diálise é cedido pelo hospital para os pacientes que optam por esse tratamento. No momento das sessões, o doente pode apresentar problemas como hipertensão ou hipotensão. O tratamento não termina no hospital. É necessário que o paciente tenha comprometimento juntamente com a família e continue com a medicação em casa. Alguns pacientes não aceitam muito bem o tratamento. Alguns costumam reclamar do cansaço e desgaste que o tratamento proporciona ao longo da jornada.
PACIENTE – O eletricista automotivo, José Amélio Batista dos Santos, realiza as sessões de hemodiálise há quase 10 anos. Ele descobriu a paralisação dos rins no ano de 2000 quando jogava bola. Batista sentia muita câimbra e após vários exames foi informado de que seus rins funcionavam apenas 20%.
Ele realiza o tratamento três vezes por semana, quatro horas por dia e disse não sentir desconforto durante as sessões. O eletricista quando não está no hospital, segue sua rotina normalmente. Batista ainda diz que durante esses 10 anos surgiu a oportunidade de transplante, porém, na época sua esposa também passava por problemas de saúde, o que dificultava a cirurgia naquele momento, optando por não realizá-lo.
DIRETORIA – Segundo o provedor da Santa Casa de Dracena, Altamir Alves dos Santos, já não há mais espaço para aumentar a capacidade de máquinas no hospital. Ele informa que um projeto já está sendo preparado para a construção de um novo departamento de hemodiálise que deverá ser localizado ao lado do hospital em um terreno que já pertence à instituição. O projeto será apresentado e deverá ser aprovado pelo conselho, e precisará da liberação dos governos municipal, estadual e federal.
O provedor também ressalta a importância das trocas das máquinas. “Os aparelhos de hemodiálise são como carros. Após muito uso e com o passar dos anos, elas se desgastam e já não funcionam como deveriam, por isso, a importância de sempre estar trocando-as”, destacou Altamir.
Ele ainda informou que nos últimos dois anos o hospital recebeu sete novas máquinas e para este ano já foram solicitadas mais seis. Nos últimos anos, vêm ocorrendo um aumento de pacientes de 10% ao ano. Até o momento o setor de hemodiálise tem conseguido atender em três turnos de segunda a sábado das 6h às 22h. No total, são 17 máquinas em funcionamento.