A adolescência é considerada uma fase conturbada na grande maioria das vezes, devido ser considerada um período de formação de ideias envolvendo diversos tabus, namoros, além do desenvolvimento humano que está entre a infância e a etapa adulta.
Em todo o País, o índice de gravidez na adolescência tem diminuído expressivamente. Em Dracena, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde nos últimos dois anos (2011 a 2013), o número de adolescentes grávidas com idade entre 10 a 19 anos caiu 61,22% no município.
De acordo com o ginecologista e obstetra, Fernando Marinho, a queda é devido a um aumento na busca da prevenção por parte das adolescentes. “A procura por preservativos e anticoncepcionais está mais constante. Nos dias de hoje, o acesso a estes contraceptivos também ficou mais fácil”, disse o médico.
Ele informou que se os números continuarem caindo nessa proporção, em três ou quatro anos dificilmente haverá adolescentes grávidas. Marinho ressalta que os principais motivos de uma gravidez indesejada acontecem por ausência de conhecimento, condição socioeconômica, nível de escolaridade e falta de instrução da família com a adolescente, além da não aceitação, também conhecida como ‘pensamento mágico’: “que faz com que as jovens acreditem que nada acontecerá com elas, somente com o próximo”.
A maternidade precoce também pode ocorrer propositalmente. Segundo Marinho, na maioria das vezes, a autoestima da adolescente está baixa sem perspectivas de vida. É quando surge a ideia de ter um filho, muitas vezes para chamar a atenção dos pais, em razão dos problemas familiares.
A gravidez na adolescência ainda pode gerar impacto físico. Do ponto de vista médico, existe maior chance de parto prematuro, risco de eclampsia, descolamento de placenta, hipertensão, além de risco de morte da mãe e do bebê. “O organismo de uma jovem ainda não está totalmente preparado para uma gestação logo após a menarca”, alerta Marinho.
De acordo com a enfermeira do Posto de Saúde Takashi Enokibara (Postão), Meliane Gazaroli Pereira, a rede pública de saúde oferece diversos métodos contraceptivos como preservativos, anticoncepcionais e DIU, com o intuito de prevenir uma gravidez indesejada. Porém, atualmente nenhum trabalho preventivo é realizado nas escolas. Meliane informou que muitos pais criticaram as visitas da equipe de saúde nas salas de aula e diziam que o trabalho realizado estava incentivando a prática sexual, quando na realidade, era realizado um trabalho de preventivo com os alunos.
NACIONAL – No Brasil, 12% das adolescentes de 15 a 19 anos tinham pelo menos um filho em 2010, segundo o relatório anual Situação da População Mundial do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), organismo da Organização das Nações Unidas (ONU). No país, adolescentes pobres, negras ou indígenas e com menor escolaridade tendem a engravidar mais que outras adolescentes. (Com informações da Agência Brasil)