Apaixonado pela vida rural desde menino, o tupiense Valter Campos vem se destacando no meio country há mais de 20 anos, seja em desfiles com cavalgadas ou em apresentações artísticas em rodeios.
Os desfiles de montarias em cavalos já lhe renderam 45 prêmios, destes, 12 são especiais e foram conquistados com o burro de 6 anos, da raça muar, o Barruan.
O último troféu ganhou como a melhor traia de argola inox, da tradicional cavalgada para a 46ª Fapidra realizada no dia 29 de junho.
Valter se diz satisfeito com as conquistas e que a montaria para desfiles é um hobby.
Treinador de cavalos para prova de tambores, reside em uma propriedade rural, em Tupi Paulista há mais de 40 anos.
As histórias das cavalgadas começaram em 1992, quando foi convidado a participar de uma na cidade. Para se destacar entre os demais companheiros arrumou seu cavalo com uma peiteira que continha 13 argolas de inox, a cabeça do animal foi enfeitada com apenas três argolas. “Tudo era muito simples naquela época. Nem laço tínhamos”, relembra.
Em 2007, Valter sofreu um infarto e desde então mudou seu estilo de vida. “Resolvi fazer tudo o que queria, e que até então não tinha aproveitado. A partir disso, para deixar o animal mais bonito fui aumentando gradativamente o número das argolas, até chegar ao que apresento hoje”.
E não é que o burro Barruan chama a atenção por onde passa! Seja de criança, jovem ou adulto, Valter merece os títulos que vem ganhando nos desfiles em que participa.
Ele enfeita o animal com uma traia toda especial, somente na peiteira são 320 argolas. A traia toda envolve cerca de 400 argolas.
A beleza do animal já rendeu convites para que Valter participasse de aberturas de rodeio, como foi o caso de uma das festas realizadas em Tupi Paulista, onde ele e o parceiro (o burro) entraram ostentando a bandeira do município. “Acho uma tradição bonita, porque reúne a família, desde as crianças até os mais idosos. É uma tradição do povo antigo, que tenta repassar para a ‘moçada’ que está chegando”.
Valter já participou de cavalgadas em Tupi Paulista, São João do Pau D’ Alho, Irapuru, Flora Rica, Nova Guataporanga, Nova Independência, entre diversos outros municípios. O destino mais distante foi Brasilândia (MS). “Nos lugares mais distantes levo o Barruan em cima do caminhão. Nos mais próximos, fazemos o percurso a pé mesmo”.
Há seis anos participa da comitiva ‘Sem Destino’, de Tupi Paulista. Além dos companheiros da comitiva, a família também desfila, seja em cima do cavalo ou numa carroça, onde o patriarca da família tenta reunir os quatro filhos, esposa, genro, nora e o neto de oitos anos durante as cavalgadas quando é possível.