Elas mimam, dão presentes, cuidam e o dia é sempre feliz na casa delas. Hoje, 26, é comemorado o Dia das Vovós. Essa data foi escolhida pelo papa Paulo VI para celebrar a vida dos pais de Maria, e avôs de Jesus Cristo. O Jornal Regional preparou uma reportagem especial em homenagem a este dia tão importante, em que todos concordam que as avós merecem um dia para serem lembrados.
Pesquisas recentes da Universidade de Melbourne, na Austrália, comprovam que os netos podem fazer bem para a memória e até mesmo adiar os sintomas de doenças como o mal de Alzheimer.
Para a psicóloga dracenense Fátima Costa, cuidar dos netos ajuda a manter a cabeça ativa devido ao estímulo da mente. Ela explicou que a função dos avôs é manter viva a história da família e quando a avó interage com o neto ensinando brincadeiras de sua época, faz com que a história da família seja perpetuada e ao mesmo tempo ativa a memória enquanto fornece essas informações para o neto.
“Esses ensinamentos passados de avó para neto são muito interessantes, porque além de dar continuidade nos vínculos afetivos, faz com que as lembranças boas da época venham à tona, trazendo uma sensação de bem-estar”, esclareceu a psicóloga.
A definição de vovó velhinha na cadeira de balanço com cabelos brancos e usando bengala não pode mais ser usada nos dias de hoje. Muitas vezes, elas ainda estão em atividade profissional, dirigem seus carros, viajam, frequentam academias, são ativas e cheias de vida. Porém, Fátima contou que mesmo com todas as mudanças de suas características com o passar dos anos, o papel em cuidar do neto com todo amor e cuidados se manteve.
A profissional alertou que apesar de as avós serem muito importantes na vida dos netos, não se pode esquecer que cada um deve desempenhar um papel na vida dessas crianças. “Os pais exercem um papel e a avós outro. Os pais devem cuidar, dar educação e limites. Já os avôs oferecer um subsídio, em uma hora em que esses responsáveis estiverem precisando, com a liberdade de corrigir um neto, mas não de ser responsável pela educação em período integral, uma vez que, os avôs também já não têm mais energia para impor limites, estão menos tolerantes e exercer essa função é muito pesado, por mais moderna que a avó seja”, informou.
E se a vovó persistir em se intrometer na educação, Fátima falou que a forma mais fácil de resolver isso, é com diálogo entre as partes, informando os limites, estabelecendo horários e rotinas fazendo com que a criança siga o máximo possível a educação estabelecida pelos pais dentro de casa.
E tudo tem seus limites. Cuidar dos netos em demasia poderá prejudicar a hábitos dos avôs, deixá-los estressados e causar exaustão. “Os avôs devem ter os momentos deles. Mesmo que o neto ocupe um grande espaço, tudo deve ser dentro dos limites, ressaltou Fátima.
RELATO – Simone Machado Santana Ferreira, 32 anos, contou que assim que sua filha Maria Eduarda, hoje com três anos, nasceu seu pai veio a falecer. O bebê amenizou a dor de toda a família e principalmente da avó, mãe de Simone que acabará de passar por um período difícil cuidando do marido doente.
Simone explicou que toda a família precisou ter forças para cuidar do bebê, fazendo com que a melancolia que consumia a família naquele momento tão difícil fosse esquecida, dando lugar a outros sentimentos como a alegria em ter um novo membro.
O papel que a mãe de Simone teve que assumir após o nascimento da neta, com os cuidados diários enquanto os pais trabalham, evitou uma possível depressão. “A Maria Eduarda é o remédio dela”, expressou Simone sorridente.
“Agradeço imensamente o amor e o respeito que ela oferece todos os dias à minha filha”.
A psicóloga concluiu o assunto e comentou que cada um possui seu espaço na vida. “Com a morte ela precisou criar um novo espaço. Passou de esposa que cuidava de um marido doente para avó que vai ajudar a filha e se preocupar com cuidados e carinhos. Ao exercer essa nova função, a relação veio auxiliar como forma de terapia evitando uma possível depressão e angústia fazendo com que ela se sentisse viva novamente”, finalizou.