Os casos de maus-tratos contra os animais estão chamando a atenção em Dracena, nos últimos meses. De acordo com o médico veterinário Ivan José Borges, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses (CZZ), vários casos de brutalidade andam sendo registrados na cidade e o número pode ser ainda maior, já que muitos casos não são denunciados.
Borges informa que há uma grande quantidade de animais nas ruas. “Muitas pessoas estão adotando cães, mas assim que o filhote apresenta um problema, logo já é abandonado pelo dono”.
O veterinário explica que ao invés de cuidar muitos estão descartando esses animais nas ruas como se fossem objetos, após serem diagnosticados com doenças que podem ser tratadas.
“Ao adotar um animal é necessário oferecer condições básicas como alimentação, moradia, higiene, assistência veterinária, além de muito carinho e atenção. Algumas pessoas não estão nem aplicando as vacinas essenciais recomendadas aos cães como raiva e V10”, conta Borges com indignação. Com isso, o médico vem percebendo um crescimento expressivo no índice de animais mortos em decorrência da parvovirose canina e da cinomose no município.
No mês passado, o CCZ recolheu um filhote da raça pitbull em um terreno baldio entre as ruas Cecília Meireles e Vinicius de Moraes, no Jardim Brasilândia. Na denúncia, um morador disse que o cão gritava muito, mas infelizmente quando a equipe chegou até o local para fazer o recolhimento, o filhote já havia falecido.
Borges ressalta que está cada vez mais frequente encontrar animais vivos dentro de sacos plásticos próximos a rodovias ou até mesmo amarrados em postes e árvores.  
De acordo com o tenente Thiago Soto, comandante do Pelotão da Polícia Militar Ambiental da microrregião de Dracena, o abandono também é configurado maus-tratos aos animais. Segundo o artigo 32 da lei 9605/98, praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos a pena poderá ser detenção de três meses a um ano e multa. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Atualmente o estado de São Paulo trouxe as multas simples da parte administrativa com valores mais altos através da resolução SMA 48/2014. Além da multa de R$ 3 mil por indivíduo, ela traz o que seria um “rol exemplificativo com muitos incisos que caracteriza os atos de maus-tratos”.
Soto esclarece que todos aqueles que ao notar maus-tratos com autoria conhecida deve entrar em contato com a Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental ou ir até uma delegacia mais próxima e denunciar.
O tenente ainda informa que na grande maioria das vezes os casos de abandono costumam ser um problema porque não são de autoria conhecida. Nesses casos, a melhor decisão a tomar é entrar em contato com o Centro de Zoonoses para recolhimento do animal.
O comandante ainda comunica que antes de realizar qualquer denúncia, o cidadão deve verificar com cuidado as condições do animal. “Alguns ligam porque o animal está magrinho, mas ás vezes o fato dele ser magro pode ser do próprio biotipo do cão, ou ainda estar com alguma virose”, ressalta.
SERVIÇO – A Polícia Militar Ambiental está à disposição para orientar a população e proteger o meio ambiente prevenindo e reprimindo as infrações ambientais. Para denúncias, a população pode entrar em contato pelo telefone 3821-1069 ou no 190.