Mesmo com as dificuldades de transportes nos últimos dias, devido à paralisação dos caminhoneiros no País, principalmente na região sul, o abastecimento de hortaliças, frutas e legumes na cidade vem sendo mantido. Para conseguir passar pelos bloqueios, os motoristas usam rotas alternativas para conseguirem chegar aos produtores e conduzir a mercadoria a Dracena.
“Por enquanto o bloqueio não está nos atingindo, os caminhões não ficaram presos. Hoje (ontem), está sendo carregado um caminhão com couve-flor, que deve chegar amanhã (hoje, sexta-feira)”, informa Janderson Roberto Roncato de Almeida, proprietário de uma empresa atacadista de frutas, verduras e legumes que abastece mercados de Dracena, Junqueirópolis, Tupi Paulista, Panorama e Paulicéia.
Almeida enfatiza que para conseguir chegar aos produtores, principalmente no chamado “cinturão verde”, em cidades como Piedade, no estado de São Paulo, onde são feitas a maioria das aquisições e transportá-las de volta para Dracena, os motoristas estão utilizando rotas que incluem estradas vicinais onde não há os bloqueios.
O comerciante explica que há produtos como as frutas, casos da maçã, mamão, melão e laranja, que podem ser conservadas em freezers e por isso é possível manter um estoque, mesmo que abaixo dos períodos normais, mas as hortaliças como couve-flor, repolho, acelga e o tomate, que são mais perecíveis, não há como estocar.
“São produtos do dia que dependem do transporte diário”, explica o proprietário. Há também os produtos da região, como alface, pimentão, mamão formosa, berinjela, pimentão, entre outros que são cultivados na região e não está havendo problemas no transporte com a greve.
Porém, Roncato explica que há comerciantes no mesmo ramo (hortifrútis) que estão com dificuldades para conseguir adquirir os produtos junto aos produtores. “Principalmente quem faz compras de produtores dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde os bloqueios intensificaram nos últimos dias”, relata.
LEITE – O transporte de leite para o laticínio que funciona em Dracena também não está sendo afetado. Segundo a empresa, na paralisação da região, os caminhões que estão carregados têm a passagem liberada nos bloqueios e os que estão vazios, tem permissão para passar após as 18h.
TRANSPORTADORAS – No caso de uma transportadora de Dracena que comercializa rações e suplementos para o gado nos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, a greve está impedindo que as carretas carregadas cheguem ao destino, o que está gerando reclamações pela falta dos produtos nesses estados.
“Os prejuízos são de mais de 40%, devido os atrasos nas entregas e recebimento das mercadorias, além do risco do cliente procurar outra transportadora”, informa o responsável pelas cargas da empresa, Agnaldo Medis Sabatini.
Mesmo com esses impactos causados pela paralisação, Agnaldo defende a mobilização dos caminhoneiros. “A situação no transporte no país está muito difícil”, conclui.