O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Dracena está realizando o trabalho de inquérito canino para detectar contaminação da leishmaniose visceral americana (LVA) nos animais. A atividade teve início em janeiro e de acordo com o diretor do CCZ, médico veterinário, Ivan José Borges, prossegue até dezembro, encerrando o ciclo anual.
Os inquéritos tiveram início no começo do ano no jardim Brasilândia e agora é executado no jardim Santa Clara, para em seguida, prosseguir nos demais bairros e centro da cidade.
O inquérito consiste-se na coleta de sangue do animal para exame de leishmaniose no laboratório.
“No CCZ, é feita a triagem por meio da prova rápida, se o resultado for negativo o proprietário do cão recebe um atestado comprovando que o animal não é portador da doença, mas se for positivo, o sangue é encaminhado a exames no laboratório do Instituto Adolfo Lutz, de Presidente Prudente”, explica Borges.
No laboratório, são realizadas dois exames do sangue coletado durante o inquérito. “De 100 exames de animais positivos no CCZ, encaminhados ao Adolfo Lutz, 50% retornam positivo”, analisa o diretor.
EUTANÁSIAS – Borges acrescenta que o número de cães contaminados com a leishmaniose vem caindo em Dracena.
Em 2015, os agentes do CCZ realizaram 3.682 visitas domiciliares e em 942 cachorros foram realizados exames por serem suspeitos. Do total de cães suspeitos, 151 passaram por eutanásia no CCZ.
Há também os cães sacrificados em clínicas veterinárias particulares, que totalizaram 78 em 2015.
A população canina em Dracena atualmente, é de cerca de 4,8 mil cães e 1,2 mil gatos, totalizando 6 mil animais.
Borges informa que os cães sacrificados são congelados e recolhidos por uma empresa especializada da cidade de Adamantina que vem ao CCZ duas vezes por semana, as segundas e quintas-feiras e os transportam em um furgão refrigerado para depois ser feita a cremação biológica, que não contamina o meio ambiente.
ANIMAIS ABANDONADOS – Ivan Borges reforça o alerta à população em relação ao abandono de animais nas ruas. “Vem aumentando muito, apesar de a responsabilidade ser do proprietário, não do CCZ, nem do município. O Centro de Zoonoses faz o recolhimento dos animais para não deixá-los nas ruas, à mercê de mais maus tratos e doenças”, reitera o diretor.
Ele explica ainda que no CCZ não há espaço físico para abrigar os animais e apesar disso, os que são recolhidos, passam por exames para detectar eventuais doenças, principalmente a leishmaniose e somente depois são colocados para as doações.
Durante 2015, Borges informa que foram atendidas 142 ocorrências de maus tratos, com apreensões de 236 cães, 149 gatos e 18 equinos em vias públicas da cidade. As doações em 2015 foram de 98 cães e 55 gatos.
O diretor conclui ressaltando que o abandono e maus-tratos de animais é crime ambiental (lei federal 9605/98) e a pena é prisão de três meses a um ano, além do pagamento de multa.
LEISHMANIOSE EM HUMANOS – Segundo a Vigilância Epidemiológica (VE) de Dracena, em 2015 foram confirmados cinco casos positivos de leishmaniose em humanos, mas sem registro de morte e neste ano, nenhum caso havia sido registrado até a semana passada.