A Câmara de Dracena aprovou na sessão de segunda-feira, 22h, às 20h, projeto de lei (PL 03/2016), do Executivo alterando a lei 4467/15, que trata de auxílio ao atleta amador, ampliando de 15 para 25 os beneficiários no valor de um salário mínimo mensal.
O PL foi aprovado pela maioria dos vereadores, com votos contrários de Juninho do Esporte, Rodrigo Parra e Ailton Lorensetti. Com a mudança, o artigo 1º da Lei passa a vigorar com a seguinte redação: “Fica instituído o ‘Auxílio Atleta Amador’, destinado a auxiliar financeiramente os atletas regularmente cadastrados na Secretaria Municipal de Esportes, não excedentes a 25 para participação em competições esportivas oficiais ou promovidas por federações”.
O ‘Auxílio Atleta Amador’ é destinado a ajudar financeiramente os atletas regularmente cadastrados na Secretaria Municipal de Esportes, com preferência aos que estejam frequentando cursos vinculados ao ensino público ou particular do município, para participações em competições esportivas oficiais ou promovidas por federações.
SECRETÁRIO DE ESPORTES – O secretário municipal de Esportes, José Carlos Barbosa (Zeca) informou que as dez novas bolsas aprovadas irão atender os atletas do time Alta Paulista Futsal/Tempersul Dracena que disputará a Liga Paulista de Futsal.
Ele explica que dez bolsas já estavam destinadas para os atletas que irão disputar o campeonato e com a aprovação do PL, passam a ser 20 as bolsas destinadas à equipe Tempersul/Dracena e as outras cinco para competidores de outras modalidades esportivas que representam o município em competições.
“O motivo das bolsas para os jogadores é que a equipe vai disputar uma competição de alto nível, profissional e precisa do incentivo, o esporte em Dracena está em crescimento e a quantidade (20) das bolsas é que o futsal se trata de um esporte coletivo e quando o campeonato acabar essas bolsas que pertencem à Secretaria de Esportes voltam para o município e atenderão atletas de outras modalidades”, informa.
A previsão da duração do campeonato é de sete meses, período que os atletas irão receber o recurso de um salário mínimo, caso a equipe avance nas fases de disputa.
Zeca conclui informando que a aprovação do projeto pelos vereadores, é uma conquista para Dracena. “Quando a atual administração municipal assumiu eram dez bolsas e agora subiu para 25, é um número alto que vai beneficiar o esporte dracenense”, apontou.
VEREADORES – Ailton Lorensetti, explicou que a aprovação do PL vai acrescentar à Prefeitura, uma despesa de mais de R$ 8 mil ao mês. “Claro que investir em esporte é bom, mas com a atual crise financeira que atravessa o município, onde há falta de medicamentos, corte de horas extras para os catadores de lixo e a situação atual decorrente das chuvas, é inconcebível criar novas despesas, reitero que é importante investir no esporte, mas quando há condições financeiras para isso, hoje não há sobra de dinheiro para o gasto sendo que já existiam as 15 bolsas”, afirma.
Rodrigo Parra salientou que é favorável à bolsa esporte, mas a mesma deveria melhor dividida. “Há atletas que disputam outras modalidades, como atletismo, natação, judô, que se destacam no Brasil e até no exterior que não recebem recurso de incentivo, entre eles, alguns saíram de Dracena e conseguiram apoio em outras cidades”, acrescentou.
O vereador enfatizou que seu voto seria favorável ao projeto, caso houvesse essa distribuição igualitária, não somente para o futsal. Parra também contesta, a forma como o projeto foi colocado em votação.
“Foi em cima da hora (regime de urgência), o projeto já estava em trâmite normalmente nas comissões e, no entanto, foi para votação como forma impositiva, acredito que deveria haver uma discussão melhor”, pontua.
Juninho do Esporte justificou seu voto, afirmando que o país passa por uma crise e não é o momento de acrescentar novos gastos ao município.
“Queria que fossem criadas 50 bolsas, mas não só para o futsal, parabenizo o empresário Amarildo Rugani (Tempersul), pela iniciativa, votei de coração partido, mas há categorias na Prefeitura, como coletores de lixo e ajudantes de creches que tiveram as horas extras cortadas, além de fornecedores os quais o município não havia honrado compromissos até dias atrás”, afirma.
O vereador salienta o momento de crise no país e afirma que além das bolsas, a Prefeitura vai pagar taxas da Federação, arbitragem e alimentação. “Se o time for até o final do campeonato, o gasto da Secretaria de Esportes com o time será equivalente a 1/3 do orçamento anual da Secretaria”, expõe.
Juninho enfatiza que além do futebol de salão, outras modalidades também precisam da bolsa. “Sempre incentivei o esporte, votei de coração partido, mas as decisões difíceis nos tornam mais fortes, são elas que nos trazem a experiência e sabedoria necessária para distinguir o que deve ou não ser feito, é um absurdo gerar mais gastos em momentos de crise no nosso país”, conclui.
TEMPERSUL – O empresário da Empresa Tempersul, Amarildo Rugani, explicou que o projeto de lei não estava reivindicando verba para a equipe de futsal que irá disputar o campeonato paulista.
“O projeto era para aprovar mais dez bolsas, essas 25 bolsas não são para o futebol de salão e sim estarão à disposição da Secretaria de Esportes que fará as doações de 20 bolsas, quando terminar o campeonato, as mesmas voltam para a cidade, é uma verba do esporte, não tem nada a ver com outras despesas da Prefeitura”, avalia.
Rugani prossegue esclarecendo que “Essas bolsas vão ajudar no momento o futsal, é uma contrapartida da Prefeitura que depois vai retornar para a Prefeitura”. Sobre as votações, ele acentuou que não entendeu a posição de Juninho do Esporte, por ser ligado à área e ter se posicionado contra o apoio ao esporte na cidade.