O Corinthians já tinha entrado no Pacaembu na quarta-feira (15) com a árdua tarefa de vencer o Boca Juniors por dois gols de diferença para se classificar às quartas de final da Copa Libertadores da América. Ficou ainda mais difícil quando Riquelme, recuperado de lesão que o deixou de fora do duelo de ida, resolveu fazer um golaço e obrigar os brasileiros a fazerem três tentos. Não deu: a equipe brasileira só teve força de empatar por 1 a 1 e deu adeus ao sonho do bicampeonato continetal.
Além do gol de Riquelme no início, o jogo ainda foi recheado de polêmicas, a maioria desfavoráveis à equipe brasileira. Dois lances duvidosos que seriam pênalti para os brasileiros – um no primeiro tempo, com bola na mão dentro da área do Boca, e outro no segundo, em Emerson – e também dois tentos anulados – um de Romarinho e outro de Paulinho, um em cada etapa – ajudaram a preencher o cenário da classificação boquense.
O jogo no Pacaembu – Com a bola rolando, o Boca foi a São Paulo para jogar da forma como gosta: com a vantagem de poder perder até por um gol de diferença, desde que também marcasse. Com o tabu de não levar uma virada em mata-mata de Libertadores após ter vencido a ida há 22 anos, a equipe argentina se mostrou tranquila desde o apito inicial.
O primeiro tempo do Boca foi impecável. O clube de Buenos Aires marcou com muita consistência e travou o time brasileiro. Danilo, Romarinho, Emerson e Guerrero foram presas fáceis para o sistema defensivo argentino, e Riquelme desequilibrou aos 25min, com um golaço.
O camisa 10 recebeu pela meia direita, olhou para o goleiro Cássio adiantado e arriscou, de muito longe. A bola subiu e desceu direto no ângulo direito do camisa 1 corintiano, decretando um golaço para o Boca e transferindo para o Corinthians a obrigação de fazer três gols para se classificar.
Dois lances duvidosos na primeira etapa acabaram evitando o gol brasileiro. O primeiro deles foi em jogada de Emerson, que recebeu passe de Alessandro e girou, mas Marín travou com a mão dentro da área – a arbitragem nada marcou. Depois, Romarinho recebeu por trás da zaga em posição legal, apesar de a arbitragem ter dado impedimento. Na sequência, o corintiano balançou as redes, mas nada mais valia.
O Corinthians voltou com mudanças para o segundo tempo. Romarinho deu lugar a Edenilson, que foi recuado para a lateral direita para substituir Alessandro – o atacante Alexandre Pato entrou na vaga. Assim, a equipe mudou de cara e empatou o jogo aos 5min, com Paulinho, de cabeça, para incendiar o Pacaembu.
O segundo gol saiu em seguida, mas a arbitragem anulou em lance bastante confuso. Edenílson cruzou a bola na área, Gil cabeceou e Orión salvou em cima da linha. Na sequência, Paulinho fez o gol, mas o árbitro não deixou claro se marcou falta do corintiano em cima do goleiro ou impedimento – o que seria inexistente.
A partir daí, a equipe da casa passou a pressionar. Sufocou o Boca no campo de defesa, mas esbarrou na retranca armada por Carlos Bianchi. E, aos 30min, o atacante Alexandre Pato desperdiçou uma bola decisiva ao receber de Guerreiro, dominar na pequena área e, sem goleiro, se atrapalhar, furar e mandar para fora. Assim acabou o sonho do bi corintiano no Pacaembu.