Para marcar o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado na quarta-feira que passou, a Adef Suli entidade que atende portadores de deficiência física em Dracena, promoverá hoje 24, na Praça Arthur Pagnozzi, ação que visa dar evidência a essas pessoas. Representantes da entidade e frequentadores estarão a partir das 9h, instalados em uma barraca para mostrar o trabalho feito na cidade pela Adef.
A diretoria informa que atualmente atende 28 deficientes físicos que participam dos projetos oferecidos, como seções de fisioterapia, aulas de música, natação e academia.
Um dos focos principais da Adef Suli é o esporte e a diretoria aponta que a participação em competições que envolvem esportes paraolímpicos também é um foco da associação atualmente, com treinos de modalidades de atletismo.
A manutenção da estrutura, segundo a direção, é custeada com recursos oriundos do Executivo municipal, familiares dos assistidos, demais colaboradores e ainda ações beneficentes. Contam ainda com a Igreja MCAP que dispõe voluntários e doações, como grande parceira da associação.
A missão principal é proporcionar a pessoa com deficiência física de Dracena e seus familiares, bem-estar físico, mental e espiritual, através de troca de experiências, reabilitações, encaminhamentos para grandes centros de saúde e a defesa dos direitos de acessibilidade criando oportunidades para cada um deles superar seus próprios limites.
“Minha luta começou há nove meses, mais precisamente no dia 20 de dezembro do ano de 2015. Um acidente mudou a minha vida, estávamos eu e minha esposa na época grávida de 9 meses, e minha filha de 4 anos, no meu carro vindo de Jaciporã para Dracena, estava chovendo muito, o carro aquaplanou e capotou. Minha filha teve traumatismo craniano, quebrou o braço e o fêmur esquerdo e também perfurou o pulmão, já minha esposa teve algumas escoriações, fraturou o braço e uma fratura exposta no joelho, mas graças a Deus nada aconteceu com o bebê que esperava.
Nessa noite perdi o movimento da altura do peito para baixo e fiquei paraplégico, tive um traumatismo craniano fraturei o fêmur esquerdo e também a sétima vértebra torácica vindo a comprimir a medula que passa as informações do cérebro para o corpo.
Eu e minha filha saímos do local do acidente entubados e praticamente mortos. Fiquei 73 dias internado no HR em Presidente Prudente, oito dias foram em coma. Minha filha saiu do hospital, após 35 dias internada, sendo que foram 14 dias em coma.
Em março desse ano tive alta, muitas pessoas se colocaram a me ajudar, muitas ajudaram de fato, mas verdadeiramente minha vida começou a melhorar quando conheci Adef Suli. Descobriram-me e fizeram uma visita em minha casa me convidando, e também por coincidência encontrei o Wagner, o educador físico participante da associação no centro da cidade que me chamou sem saber que eu já tinha tido contato com a sra. Solange e o sr. Josmar. Aceitei rapidamente, porque em casa estava tudo muito difícil, era preciso três pessoas para me levar para o banho ou qualquer outro lugar da casa.
Na Adef comecei a me descobrir novamente e também descobrir coisas novas, graças a Deus primeiramente, e depois às fisioterapias, aulas de natação e educação física na academia que a associação dispõe gratuitamente para muitos deficientes físicos da cidade, hoje em dia não preciso mais de três pessoas para me carregar. Com os exercícios consegui fortalecer meus braços e já consigo me transferir da cadeira de rodas para a cama, sofá, ou qualquer lugar que precisar, inclusive, o carro que para mim parecia impossível.
Hoje sou capaz de realizar algo novo a cada dia, muita coisa mudou para melhor, mas minha luta continua. Os desequilíbrios e medos existem, mas não fazem parte da minha rotina e sei que ainda posso melhorar muito”.
Depoimento de Gesiel da Silva Lorenço, morador de Dracena e frequentador da Adef Suli.