Com a mudança de estação há a tendência de meses mais frios e secos aumentando-se a prevalência das doenças respiratórias. Resfriado e gripe são doenças virais agudas do trato respiratório, altamente transmissíveis.
De acordo com o médico Marcelo D. Mansano, especialista em pneumologia e cirurgia torácica, o resfriado pode ocorrer em qualquer época. Em média ocorrem dois a três episódios em adultos por ano. A gripe em geral acontece uma vez ao ano, no inverno. O Brasil, sendo um país de grande extensão territorial, tem a prevalência da gripe nos estados do norte e nordeste de dezembro a maio e, nas demais regiões do país, de maio a setembro. Com a maior freqüência de viagens dos brasileiros ao exterior, em especial ao hemisfério norte, a gripe pode aparecer em surtos em outros meses.
O resfriado é causado por aproximadamente 200 vírus, em especial o rinovírus e seus subtipos. Já a gripe é causada pelo vírus influenza “A” (H1N1, responsável pelos surtos recentes de gripe suína), “B” (gripe comum) E “C”. Ambas, resfriado e gripe, são doenças autolimitadas, ou seja, duram poucos dias. O resfriado raramente tem complicações sistêmicas, diferentemente da gripe, onde, muitas vezes, complicações graves podem ocorrer. A transmissão ocorre por contato direto por gotículas expelidas pela tosse, espirros ou fala e por contato indireto nas mucosas oral, nasal e ocular pelas mãos contaminadas.
Há sintomas comuns em ambas como obstrução nasal, coriza, dor de garganta, tosse. Na gripe, a febre é mais alta, a tosse é mais intensa, há muitas dores musculares, falta de ar, dores nas juntas, deixando a pessoa acamada. Complicações bacterianas como rinossinusites, faringites, amigdalites podem ser subseqüentes. A pneumonia é a complicação mais temida assim como sua grave evolução em alguns casos para a síndrome respiratória aguda, necessitando por vezes de UTI e com risco de morte, como foram observados nas últimas epidemias de gripe por H1N1.
O tratamento inicialmente é realizado com medicações apenas sintomáticas. Não é aconselhável o uso dos chamados “antigripais”, pois, em um único comprimido existem vários medicamentos que por vezes não são necessários naquele momento. Antitérmicos, antitussígenos, descongestionantes nasais e antiinflamatórios são as medicações geralmente necessárias. Com a evolução da doença, havendo complicações infecciosas ou inflamatórias, medicações serão associados em paralelo as diagnósticos realizados. Observa-se normalmente o uso indiscriminado de antibióticos os quais não tem qualquer efeito contra os vírus.
A prevenção se faz de modo geral com a higiene freqüente das mãos, evitando-se aglomerações e ambientes fechados sem ventilação e contato direto com pessoas doentes. A vacinação contra gripe deve ser feita anualmente pelas mutações freqüentes que ocorrem no vírus influenza. Já existem clínicas particulares fazendo a imunização e a campanha nacional ocorrerá em breve. Todas as faixas etárias tem o total benefício da vacinação. Não existem vacinações para os diversos tipos de vírus que provocam os resfriados.
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