Dracena sediou a fase regional do Mapa Cultural Paulista na modalidade artística teatro na semana do dia 17 de outubro. Durante cinco noites, a população assistiu gratuitamente espetáculos de grupos da cidade e da região de Presidente Prudente. A ‘Mênades e Sátiros Cia. de Teatro’ foi a classificada para a fase estadual com o espetáculo A Serpente e a ‘Cia. de Teatro Com Licença Vou à Luta’ ficou como 1ª suplente.
Além de sediar o evento e recepcionar os grupos teatrais, Dracena também recebeu os profissionais que avaliaram os trabalhos apresentados. Edu Silva, Fábio Farias e Evill Rebouças vieram de São Bernardo do Campo e ficaram cinco dias na cidade. Eles concederam entrevista à reportagem nas dependências do Primum Palace Hotel, na manhã do dia 20 de outubro.
Simpáticos, eles colocaram por terra, a ideia de distância entre julgados e julgadores, explicando que gostariam de ser chamados de apreciadores ou que formavam a comissão apreciadora. “Julgamento conota mudar alguma coisa, comparar. Nós viemos para falar da obra em fator absoluto, com a intenção de contribuir, ampliar horizontes a partir do que já está pronto”.
Com o pensamento de que não existe certo ou errado em Arte, muito menos diagnóstico, prognóstico ou receita, a análise foi feita com base na proposta triangular da pedagoga Ana Mae Barbosa, que envolve contextualização histórica, fazer artístico e apreciação artística.
Além da região de Presidente Prudente, eles deveriam passar pelas regiões de Bauru, Campinas, Botucatu e Louveira.
Edu, Fábio e Evill consideraram que a produção no interior é bastante reveladora, diferenciada no sentido de produzir discursos locais e valorizar a ética em detrimento da estética. “Na capital há mais produção que agrade a grande crítica a produção que se comunica com a localidade, a realidade do lugar”, avaliam.
CARREIRA – A seguir um breve currículo dos profissionais. Edu Silva, 46 anos, é ator, diretor, iluminador, sonoplasta, dramaturgo e professor licenciado especialista em iluminação. Iniciou sua formação num grupo de teatro ligado ao Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo; foi assistente de direção de Carlos Alberto Soffredini; Cursou a Fundação das Artes São Caetano do Sul; é licenciado pela Fainc (Faculdades Integradas Coração de Jesus) – Santo André é um dos fundadores da Cia. Pic Nic de Teatro, é ator na Cia. Artehúmus de Teatro; atua na ONG Teatro Consorte, que trabalha com a reunião de grupos do ABC (a única existente no sentido do fortalecimento dos artistas da localidade) entre outros. Já recebeu os prêmios Mambembe, APCA e Coca-Cola.
Fábio Farias, 36 anos, licenciado em História pela Universidade de Franca, ator, produtor e iluminador. Cursou a Escola Livre de Teatro de Santo André (núcleo de montagem circense); atua na ONG Teatro Consorte; pesquisa movimentos folclóricos; trabalha com Teatro da Conspiração de Santo André, dirige a Panaceia Cia. de Artes, conquistou o prêmio de melhor espetáculo no Festival Nacional de Americana com “A Partida”.
Evill Rebouças, 46 anos, ator, dramaturgo, diretor, é formado em dramaturgia pelo CPT – Centro de Pesquisa Teatral – dirigido por Antunes Filho e pelo SEMDA (Seminário de Dramaturgia do Arena), graduado em Artes Cênicas pelo Instituto de Artes da Unesp mestre pela Instituto de Artes da Unesp, onde também pesquisou a dramaturgia e a encenação no espaço não-convencional, objeto de seu mestrado, publicado em livro em 2009 pela Edunesp. É um dos fundadores da Cia. Artehúmus de Teatro. Possui prêmios APCA, Coca-Cola, Apetesp – Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo. Recentemente atuou em “A hora e a vez de Augusto Matraga”, dirigido por Vinicius Coimbra, que foi considerado o melhor longa-metragem de ficção tanto pelo júri oficial do Festival do Rio 2011 como pelo júri popular.
Os três participam do programa Teatro Vocacional da Prefeitura de São Paulo (que envolve artes visuais, dança, teatro, música) onde orientam grupos da periferia da capital paulista. Com informações disponíveis no site da Escola de Teatro.