O Ballet Stagium sobe ao palco do Teatro Municipal Maestro Aécio de Féo Flora nesta noite, às 20h, e apresenta o espetáculo “Tangamente”. É a primeira vez que o grupo de dança paulistano vem a Dracena. O Stagium encerra a 1ª Semana Cultural de Dracena com ingressos gratuitos esgotados.
De acordo com diretora municipal de Cultura, Ana Lúcia Mioto Pereira, a procura pelo ballet foi muito grande desde o momento em que os ingressos começaram a ser distribuídos. “Esperamos a casa cheia. O teatro tem capacidade para 400 pessoas e mais 150 cadeiras foram disponibilizadas”, disse.
Ontem (22), os dracenenses assistiram ao espetáculo de ópera La Bohème; na sexta-feira (21), foi apresentado Dusting Powder To You, Elis” do Dança Butoh do Ogawa Butoh Center de São Simão, o espetáculo contou a história de Elis Regina por meio da dança Butoh; na quinta-feira (20), o duo de música de São Paulo “Voz e Violão – Tradição e Folclore”, com Adélia Issa (voz) e Edelton Gloeden (violão) subiu ao palco do Municipal e na quarta-feira (19), mais de 500 crianças se divertiram com a peça infantil A Bruxa Malabé da Cia. Cornucópia de Teatro de Ribeirão Preto.
A 1ª Semana Cultural é resultado de parcerias entre a Prefeitura e a Secretaria de Estado da Cultura / PROAC, Projeto Circulando Ópera, Circuito Cultural Paulista e Circuito Cultural – SESI.
BALLET STAGIUM – Foi fundado em outubro 1971, na cidade de São Paulo, sob a direção de Marika Gidali e Décio Otero. Contou com o apoio e influência da classe teatral local e ficou reconhecido nacionalmente por seu projeto de engajamento político. Após do Golpe de 1964 as produções artísticas iriam vivenciar o que reconhecemos hoje por Tropicalismo, movimento marcado pela experimentação. A inovação do movimento tinha como base o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, cuja proposta cultural consistia na teoria e na prática da devoração: “devorar e assimilar o que haveria nas culturas de fora sem, no entanto, esquecer do elemento nacional”.
Em plena ditadura militar, uma época de censura, repressões e violência, quando a expressão nas artes estava altamente limitada e artistas que tentavam dar voz aos acontecimentos políticos, econômicos e sociais eram punidos severamente, é que a companhia Ballet Stagium’ foi fundada.
O repertório do Ballet Stagium em parceria com Ademar Guerra enfocou temas como o racismo, violência, opressões e genocídios, dançando textos proibidos pela censura, como Navalha na carne (Plínio Marcos) sob o título Quebras do mundaréu (1975), revelando ousadia para a época. A compania entre tantas inovações foi a primeira a utilizar Música popular brasileira na trilha sonor. Optou por abandonar o eixo Rio de Janeiro-São Paulo, desde sua criação, fez inúmeras viagens por todo o Brasil.
Do extremo norte ao extremo sul do país, num convés da barca Juarez Távora durante quinze dias no Rio São Francisco ou no chão batido das terras indígenas do Alto Xingu, sempre incorporando em seus espetáculas as linguagens dos locais por onde passava.
Com coreografias adaptáveis a qualquer cenário, fizeram e fazem apresentações em pátios de escolas públicas das periferias dos grandes centros, favelas, igrejas, praias, hospitais, estações de metrô ou em presídios. 1981 Marika Gidali realizou seu grande sonho: criou o projeto “Escola Stagium” e levou mais de 80 mil crianças e adolescentes da periferia da cidade de São Paulo, para assistirem espetáculos de dança.
Ate hoje a companhia é coordenada por Marika Gidali e Décio Otero, e conta em sua história com mais de 80 coreografias no decorrer desses 40 anos. Ao longo de sua tragetória, de 1971 a 2009, o Ballet Stagium realizou 3.359 espetáculos, assistidos por 1,851,692 pessoas. (Com informações da Assessoria de Imprensa).