As tarifas hoteleiras nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 estarão até 376% mais caras durante o torneio. As informações foram divulgadas na quarta-feira pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e fazem parte de um levantamento feito para a preparação para o Mundial.
A Embratur passou a monitorar os preços depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado. Á época, foi verificado um aumento nas diárias dos hotéis.
De acordo com o levantamento feito pelo instituto com dados divulgados no site da Fifa, a diária do hotel Golden Tulip Brasília Alvorada, no Distrito Federal, custará US$ 639 na Copa do Mundo. Normalmente, as diárias no mesmo hotel, e para o mesmo tipo de quarto, custam US$ 134. No Rio de Janeiro e em Fortaleza os aumentos chegam a 366%.
De acordo com o presidente da Embratur, Flavio Dino, as diárias anunciadas pela Fifa causaram “profundo desagrado, estranheza e preocupação”, pois os números que foram divulgados comprometem o crescimento da sustentabilidade do turismo no Brasil.
A Embratur já informou que enviará um registro dos principais aumentos de preços durante os megaeventos para a Secretaria de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça. “Este aumento não consegue encontrar explicação em nenhuma projeção de inflação, carga tributária ou o chamado Custo Brasil”, disse Dino. “Por isso, todos os casos considerados abusivos serão encaminhados à Secretaria de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça”, complementou Dino.
Segundo eles, os aumentos comprometem a principal possibilidade de ganho com os megaeventos: à projeção de imagem do país. “O conjunto de investimentos públicos que está sendo feito para a organização dos eventos visa, além da melhoria de vida da população dessas cidades, a projeção de imagem do Brasil como um ótimo destino turístico”.
Dino acredita que com esses investimentos o país pode ter um crescimento do turismo internacional, que é uma importante alavanca de desenvolvimento econômico. “Mas isso está sob risco, caso os estrangeiros considerem nossos serviços caros”.
A pesquisa faz levantamento da média tarifária de hotéis em dez cidades brasileiras e as compara com dez cidades no exterior, levando em consideração os turistas que viajam a negócios e lazer. São utilizados os seguintes parâmetros: tempo entre a data da consulta e o início da hospedagem, período de estada, destinos pesquisados no Brasil e os pesquisados no exterior.
*Com informações da Agência Brasil