No dia em que a seleção brasileira decidiu o título da Copa das Confederações e em que o novo prédio da CBF foi alvo de manifestantes, José Maria Marin só demonstrou nervosismo com jornalistas.
No final da manhã, ele aparentava tranquilidade no restaurante do Copacabana Palace, apesar do problema ocorrido na no imóvel da Confederação Brasileira. Seu humor mudou depois que percebeu a presença da reportagem por perto.
Após seu secretário, Alexandre da Silveira, se aproximar da mesa e falar ao celular, seguranças do hotel convidaram os repórteres do UOL Esporte a se retirarem do local. “Ele percebeu que vocês estavam aqui e disse: ‘esses caras estão atrás de mim. Estou começando a ficar nervoso”, contou à reportagem um hóspede que estava perto do dirigente no restaurante.
Por volta das 15h, o cartola deixou o luxuoso hotel para ir ao Maracanã. Na saída, se aproximou da reportagem e disse: “Não vai desejar boa sorte para a sua seleção?”. Depois de ter o pedido atendido, o o presidente do COL (Comitê Organizador Local) e da CBF adotou o habitual tom de discurso político. “É isso que eu espero de todos vocês. Precisam ficar junto da seleção”, disse.
Sobre a confusão na nova sede falou apenas que estava tudo resolvido. Foi antes de entrar num carro com vidros escuros e partir para o Maracanã, onde novamente seria tratado com frieza por Joseph Blatter , presidente da Fifa.
O carro do presidente do COL não participou dos comboios da Federação Internacional, que tiveram forte escolta policial.
Pelo menos vinte carros com membros da Fifa, incluindo seu presidente, foram para o estádio divididos em três escoltas. Havia preocupação com os protestos neste domingo no Rio, e a segurança reforçada transformou a área do Copacabana Palace num reduto de policiais.
Isso apesar de a Polícia Federal tratar Joseph Blatter com um chefe de Estado de baixo risco, mesmo após a Copa virar alvo de protestos.
Ao menos vinte seguranças/motoristas recebiam ordens de uma funcionária da Fifa sobre o comboio. Além dos carros usados para transportar os dirigentes, pelo menos 30 veículos policiais, entre carros e motos, estavam estacionados perto do hotel. Parte deles foi usada na escolta.
Os momentos que antecederam a saída dos carros foram tensos. “Se dividirmos os comboios vai ficar um lixo” dizia um policial rodoviário federal a cinco colegas cerca de uma hora antes da partida.
“Temos uma escolta para fazer daqui a oito minutos e ainda não sabemos quem vai [ser ecoltado]”, reclamava um policial com o estafe da Fifa.
Apesar da operação de guerra, não houve ameaças sérias. Nenhum manifestante apareceu. Só dois garotos incomodaram um dos seguranças. “O presidente da Fifa está aí? Ele deve ter muito dinheiro”, disse um dos meninos. “Ele não, quem tem é a empresa”, disse o guarda-costas”.
O mesmo segurança ralhou com os meninos que planejaram seguir o carro de Blatter de bicicleta. “Vocês não vão fazer isso, não”, ordenou. Sem a perseguição da dupla, Blatter seguiu para o Maracanã num pequeno comboio. Só mais dois carros foram atrás do veículo do presidente.