O Estádio do Morumbi recebeu 31.691 torcedores na quarta-feira, no clássico entre São Paulo e Corinthians, pela Recopa-Sul-Americana. A maior parte deles ficou revoltada com a derrota tricolor por 2 a 1 e pressionou ao fim do jogo: “É Muricy”, gritaram, pedindo o técnico ex-Santos, que está desempregado atualmente. Dessa forma, Ney Franco passou a ver o “fantasma” de Muricy mais próximo, mas disse que por enquanto só tem recebido apoio da diretoria.
Muricy foi tricampeão brasileiro pelo São Paulo como treinador, então é natural que, em tempos difíceis, a torcida clame pelo seu nome. Ney entende com naturalidade esta questão: “o torcedor faz isso por causa dos resultados, que estão ruins. A paciência (da torcida) não está acabando com o Ney Franco, é por causa dos resultados. Temos que entender isso, temos que buscar títulos e fazer a equipe jogar melhor”.
O meia Jadson concordou com as duas teorias de Ney Franco: em primeiro lugar, sobre as vaias que vieram após mais uma derrota. E também falou sobre os erros técnicos dos jogadores, que foram criticados duramente: “realmente a equipe não teve boa atuação. Erramos muito e temos que trabalhar para acertar. A torcida está no direito dela e nós temos que respeitar”, declarou o meia, que voltou da Seleção Brasileira e teve fraca atuação contra o Corinthians.
Agora o São Paulo terá outro clássico pela frente: enfrentará o Santos, às 16h (de Brasília), também no Estádio do Morumbi. Se vier outra derrota, é possível que aconteça até a demissão de Ney Franco. Mas ele não reclama de ter tantos jogos importante pela frente: “se eu pudesse, toda semana eu jogava clássico. É melhor que jogar contra um time mediano. Mas nossa equipe tem que jogar melhor”, cobrou ele, que já planejava levantar o astral do grupo desde ontem, quando esperava encontrar um elenco abatido durante o treino.
A diretoria do São Paulo tem se manifestado pouco sobre a possível mudança de treinador, até porque a intertemporada causada pela Copa das Confederações tinha diminuído a pressão no clube. A tendência agora é que eles passem a pensar no substituto de Ney, que não acredita nessa tese: “em todos momentos que conversei com diretoria, ela me deu respaldo. Com o presidente e o Adalberto Batista nunca tive problema, nunca sentei com eles para que me colocassem alguma coisa sobre mudança. Eles estão o tempo todo me apoiando”, elogio o, por enquanto, treinador do São Paulo.