Segundo o especialista em cometas da Universidade de Antióquia, o até então festejado “cometa do século” subiu no telhado e pode muito bem desaparecer por completo nas próximas semanas, antes mesmo de fazer sua aproximação máxima do Sol, em 28 de novembro.
Não é de hoje que Ferrín tem jogado água na fervura dos fãs do Ison. Em junho, ele já apontava a pouca variação de brilho do cometa para argumentar que o objeto devia ter pouco material volátil e não se tornaria o espetáculo que todos esperavam.
Contudo, nada sugeria algo tão dramático quanto o que ele agora sugere. Ao comparar a curva de luz do cometa (ou seja, a análise do brilho que emana dele), Ferrín constatou que ele tem um padrão incomum. “Quando vi essa assinatura, fui imediatamente à minha base de dados de curvas de luz de cometas e encontrei dois objetos que também apresentavam essa assinatura: o cometa C/1996 Q1 Tabur e o cometa C/2002 O4 Hönig”, afirmou o colombiano em comunicado. “Para minha surpresa, esses dois cometas desapareceram simplesmente desligando ou desintegrando.”
O astrônomo diz que, em algumas semanas, o destino do Ison deva ser selado, e não há hipótese de que ele seja outro que não um triste e discreto fim. Caso sua previsão se concretize, o cometa nem deve chegar a se tornar visível a olho nu, o que será frustrante para quem tem aguardado ansiosamente a passagem desse objeto.
O Mensageiro Sideral se inclui na lista dos chateados, mas segue na torcida para que o Ison — cujo comportamento até agora tem sido sem igual na história da pesquisa cometária — nos surpreenda novamente.