Mercúrio, o planeta do Sistema Solar que está mais próximo do Sol, vem encolhendo a uma intensidade que surpreende cientistas. O fato é tema de pesquisa desenvolvida pelo Instituto para Ciência Carnegie, de Washington (DC), Estados Unidos.
Astrônomos envolvidos na pesquisa afirmam que o encolhimento do planeta é da ordem de 11,4 quilômetros em seu diâmetro, e que ele teria diminuído desde a criação do Sistema Solar, 4,5 bilhões de anos atrás.
Dados de pesquisas anteriores apontavam um encolhimento em apenas dois ou três quilômetros em seu diâmetro.
O encolhimento pode ser identificado a partir da observação do relevo de Mercúrio, repleto de longas fileiras de montanhas curvilíneas. Vistas de cima, essas montanhas tornam o planeta similar a uma maçã em processo de apodrecimento, com “rugas” em sua superfície.
O estudo identificou que há mais dessas montanhas do que se imaginava anteriormente, um indicativo de que o encolhimento do planeta ocorre de forma mais intensa do que se pensava.
Massa coberta por lençol
O encolhimento, de acordo com os pesquisadores, ocorre devido à composição pouco usual do planeta, descrito pelo astrônomo Paul Byrne, envolvido no estudo, como “uma massa de núcleo flutuando no espaço coberta apenas por um fino lençol”.
O esfriamento da superfície do planeta (algo que ocorre mesmo com ele próximo do Sol) é que provoca o surgimento dessas “rugas” em sua superfície e, consequentemente, seu encolhimento em relação a suas medidas originais.
O estudo usou dados obtidos pelo equipamento Messenger, da Agência Espacial Norte Americana (Nasa), que desde 2004 orbita o Mercúrio, fotografando e fazendo medições de sua topografia.