Não é fácil ter uma atmosfera tão rarefeita como a de Marte. Muitos pedregulhos espaciais que colidem com o planeta chegam inteiros ao chão e abrem grandes crateras. Agora, uma sonda da Nasa acaba de registrar um novo buraco produzido no solo marciano, que não estava lá em 2010. Veja só.
A imagem já denuncia o tamanho da novidade. O realce de cores mostra o material irradiado pelo impacto nas regiões adjacentes. E o tamanho da cratera também é bastante apreciável: cerca de 30 metros de diâmetro. A explosão resultante atirou pedras a até 15 quilômetros da região do impacto.
A observação, feita pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, não é a primeira que se faz do surgimento de crateras em Marte. Na verdade, comparações de imagens do tipo “antes e depois” mostram que pelo menos 200 novas crateras com 4 metros ou mais se abrem no planeta vermelho todos os anos. Mas poucas deixam marcas tão espetaculares quanto esta.
As regiões esbranquiçadas no interior (realçadas pelo tratamento da imagem) indicam material novo que foi exposto pela criação do buraco. Pena que não há por ali um jipinho robótico para investigar a cratera de perto. A formação deve revelar umas boas camadas de sedimento antes soterrado que contam muito da história pregressa de Marte. Sabe-se que o planeta foi muito mais úmido no passado. Não poderia haver entre as rochas sedimentares recém-expostas sinais de química orgânica ou mesmo fósseis de vida marciana antiga? Infelizmente as imagens de satélite não podem resolver esta dúvida, de modo que ficamos apenas a imaginar…