Com prejuízos estimados em mais de R$ 30 milhões, os bancos reforçaram a segurança das agências e treinaram os funcionários para lidar com os protestos sem parecer antipáticos às manifestações.

Consideradas alvo dos depredadores, as instituições financeiras pressionam as secretarias de Segurança de São Paulo e do Rio para apertar o cerco aos manifestantes.

Em São Paulo, os bancos Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil deslocaram mais guardas para as agências da avenida Paulista (centro) e da Faria Lima (zona Sul). No Rio, a segurança foi reforçada na região central. Os funcionários foram orientados a fechar as portas ao menor sinal de protestos.

Um dos bancos mais atingidos criou um “guia de procedimentos” para orientar os funcionários a retirarem os crachás, não revidarem nem se expor. A área que monitora as redes sociais também foi acionada para avisar sobre eventuais manifestações.

No final de julho, oito agências dos bancos Bradesco, Itaú e Santander foram depredadas em apenas um dia na avenida Paulista. Uma agência do Itaú foi destruída.

Desde o início das manifestações, perto de cem agências foram alvo dos manifestantes no país, dizem os bancos.

O maior prejuízo é com a substituição de caixas eletrônicos, que custa cerca de R$ 40 mil cada um, sem contar as perdas com a interrupção do serviço e a nova instalação. Contando que cada agência tenha perdido seis caixas eletrônicos (as agências têm em média nove), os prejuízos chegam a R$ 24 milhões só com o equipamento.

Os bancos têm colocado tapumes para tapar os vidros quebrados até substituí-los. As agências não têm seguro contra depredação nem usam vidros à prova de bala.

Os bancos têm ajudado a polícia a identificar os manifestantes, fornecendo as gravações das agências.

No entanto, consideram insuficiente o trabalho dos policiais, que só podem prender após ocorrer um dano, como a quebra de vidros ou caixas.

Um dos bancos atingidos afirmou que vai processar criminalmente os identificados reclamando indenização por perdas materiais. Procurados, Itaú, Bradesco, BB e Santander não se manifestaram.