A adoção obrigatória de itens de segurança em todos os carros de passeio e comerciais leves produzidos no Brasil deve trazer aumentos de até 9,6% no preço dos carros populares a partir de janeiro.

A conta leva em consideração o novo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), mais alto, e a instalação obrigatória de airbags e de freio ABS, que ainda não são de série nos carros mais baratos.

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A Peugeot é uma das que decidiram não esperar a virada do ano para equipar o seu modelo mais acessível com os itens de segurança.

Com isso, o preço sugerido do hatch 207 Active (1.4) sofreu um reajuste de R$ 3.000 (9,6%). Já modelos completos da marca não apresentaram mudanças na tabela.

Considerando todos os modelos feitos no país, o preço dos carros poderá subir, em média, até 5,6%, prevê Luís Moan, presidente da Anfavea (associação das montadoras).

VENDAS EM QUEDA

A ameaça de aumento de preço não deixa de ser uma tática das montadoras para que haja uma corrida às lojas ainda em dezembro, numa tentativa de reverter o cenário de queda nas vendas.

De janeiro a novembro, o segmento registrou uma retração de 1,8% ante o mesmo período do ano passado.

Caso o plano falhe, esta será a primeira queda nas vendas em dez anos.

O governo, no entanto, ainda não divulgou de quanto será o aumento do imposto.

Especialistas em mercado ouvidos pela Folha acreditam que o repasse será, no máximo, parcial. Em tese, a alíquota do tributo para os modelos populares (1.0) passaria dos atuais 2% para 7% logo no início de 2014. Outros segmentos de automóveis teriam reajustes similares.

Segundo projeções da Anfavea, a cada ponto percentual de aumento do IPI, o veículo encarecerá 1,1%.