Para conseguir cobrir as necessidades básicas das famílias brasileiras, o salário mínimo no ano passado deveria ser R$ 2.765,44, mais de quatro vezes os R$ 678 vigentes como piso até dezembro.

A estimativa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) tem como base os custos da cesta básica, apurado mensalmente pela entidade.

Juros ao consumidor sobem mais que a Selic

Despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência também entram na conta.

Em 2013, o reajuste da cesta básica ficou acima de 10% em nove das 18 capitais pesquisadas. O maior aumento foi registrado em Salvador, onde o preço dos principais alimentos subiu 16,74%, para R$ 265,13.

A cesta mais cara do Brasil foi encontrada em Porto Alegre: R$ 329,18. O valor supera até São Paulo, tradicionalmente o município que registra os maiores preços. Na capital paulista, a cesta subiu 7,33% e ficou em R$ 327,24.

Pelos cálculos do Dieese, o funcionário que recebia o mínimo precisou trabalhar 94 horas e 47 minutos – cerca de 12 dias – apenas para bancar os gastos com alimentação no ano passado.

O custo da cesta representou 46,83% do salário mínimo do ano passado, após o desconto da Previdência. O valor do mínimo foi reajustado para R$ 724 em janeiro.

Pão francês, leite, farinha de trigo e banana foram os vilões dos preços no ano passado. Subiram em todas as regiões pesquisadas. Em Campo Grande (MS), por exemplo, o pãozinho ficou quase 25% mais caro em 2013.

Variação das cesta básica em 2013

CidadesVariação em 2013, em %Valor da cesta, em R$
Salvador16,74265,13
Natal14,07273,36
Campo Grande12,38301,2
Rio de Janeiro11,95315,52
Porto Alegre11,83329,18
Curitiba11,06301,32
Vitória10,48321,39
Recife10,34274,69
Florianópolis10,09319,33
Belém9,12296,34
João Pessoa8,81258,81
Fortaleza8,18273,47
Belo Horizonte7,35312,25
São Paulo7,33327,24
Aracaju6,23216,78
Manaus6,01307,71
Brasília4,99289,72
Goiânia4,37274,67

Fonte: Dieese