Consumidores mais preocupados em pagar dívidas do que fazer novas compras e bancos mais rígidos na concessão de crédito ajudaram a reduzir o nível de inadimplência em 2013 após a piora dos últimos anos.

O índice de atrasos recuou 2% no ano passado, segundo dados da Serasa Experian. Trata-se da primeira queda desde quando o indicador começou a ser medido, em 2000.

Um ciclo de crédito farto combinado com medidas de incentivo ao consumo após a crise de 2008 vinha provocando um significativo avanço da inadimplência. Em 2012, por exemplo, houve aumento de 15% no indicador.

Para reduzir perdas com devedores, bancos mudaram de postura e adotaram a cautela, com mais rigidez na análise e liberação dos créditos.

Consumidores passaram a priorizar o pagamento de dívidas em detrimento de novas aquisições. O movimento foi favorecido por um mercado de trabalho ainda aquecido.

A SPC Brasil, que também monitora os consumidores, já havia sinalizado uma melhora na inadimplência. O levantamento da empresa mostrou um avanço de 2,3% no ano passado, ante os 12,18% em 2012.

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Em 2013, o volume de cheques devolvidos por falta de fundos recuou 9,4%. As dívidas nessa modalidade ficaram 8% mais caras: R$ 1.645,91, em média.

Houve melhora no nível de atrasos com dívidas não bancárias (com financeiras, lojas e prestadoras de serviços). O valor ficou menor no ano passado, em R$ 315, na média.

Embora não tenha registrado leve avanço (0,6%), a inadimplência com bancos teve variação bem inferior ao registrado em 2012, quando a alta foi de 5,8%.

Consumidores em atraso com os bancos tinham uma dívida média de R$ 1.310, valor semelhante ao de 2012.