O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (28) que haverá corte no orçamento de 2014, o bastante para “manter a solidez fiscal e a estabilidade da divida líquida brasileira”, mas não adiantou números.
Segundo o ministro, que falou com jornalistas na entrada do ministério, o tamanho do corte deve ser definido e anunciado apenas em fevereiro.
Mantega tem consultado o mercado e participado de reuniões com sua equipe econômica e a presidente Dilma Rousseff para traçar metas fiscais mais austeras para 2014.
Segundo matéria pela Folha em dezembro, Dilma pediu à sua equipe simulações para analisar a viabilidade de fixar uma meta de superavit primário (economia feita para pagamento da dívida pública) levemente maior para este ano, de 2% do PIB. Em 2013, o superávit estimado foi de 1,9% de toda a produção no país.
A presidente considera que 2% do PIB pode ser uma meta factível, suficiente para garantir uma redução gradual da dívida pública e afastar críticas do mercado sobre a saúde fiscal brasileira.
CÂMBIO
Questionado se a alta do dólar, que hoje chegou ao patamar de R$ 2,42, é preocupante para a inflação, Mantega disse que a volatilidade cambial não é exclusividade do Brasil, e que, no cenário global, o país está bem.
“Alguns países sofrem mais, outros menos. O Brasil, por exemplo, tem muitas reservas. Temos uma divida externa pequena, na verdade, como temos mais reservas do que dívida.”
Mantega disse ainda que se trata de um momento de acomodação da economia internacional, que pode ser transitório, causado principalmente por dois motivos: a redução de estímulos anunciada pela equipe econômica dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento da China.
“Quando a China cresce menos, ela consome menos commodities, isso afeta os mercados. Quando caem os preços das commodities, as moedas de desvalorizam”, afirmou.