Rogério Ceni rebateu as polêmicas declarações de Ney Franco após a derrota da equipe na Copa Suruga. “Não li tudo direito. Não tenho muito para falar do Ney Franco, nem o momento acho que cabe muito. Mas para vocês não ficarem sem nada, só queria dizer que, se tivesse toda influência que ele acha que tenho, ele estaria no olho da rua há muito tempo. Não esperaria se tivesse o poder de decisão. Sou apenas um funcionário do clube, não decido, não mando. Mas se eu tivesse condições de ter a influência que ele acha que eu tenho, ele estaria longe há muito tempo”, disparou.
A declaração foi dada aos jornalistas Carlos Augusto Ferrari e Bruno Quaresma, do Globo Esporte.com e Lance, respectivamente, em Kashima. O goleiro, no entanto, não quis entrar em mais detalhes sobre o assunto, especialmente sobre a acusação de que estaria minando Ganso no clube. “Não tenho mais nada para falar do Ney. Ele faz parte do passado”, finalizou.
Em entrevista ao jornal O Globo publicada na terça-feira, Ney Franco fez diversas acusações ao capitão tricolor. Um mês após ser demitido do São Paulo, o técnico disse que Paulo Henrique Ganso foi fritado no clube e que Ceni “extrapolou o limite” de um jogador.
“Não tive nele o capitão de que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso”, afirmou.
O São Paulo chega ao Brasil na sexta-feira e já enfrenta a Portuguesa, pelo Campeonato Brasileiro, no domingo. A equipe busca uma recuperação no torneio. Atualmente, a equipe do Morumbi ocupa a 18ª colocação na tabela e precisa sair da zona de rebaixamento, mesmo objetivo do rival lusitano.
Durante um ano, Rogério Ceni e Ney Franco viveram dias tensos no Morumbi. O primeiro atrito público entre os dois aconteceu em outubro de 2012, quando o goleiro e capitão discordou de uma substituição do treinador. Na partida contra a Liga de Loja, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, Ceni pediu a entrada de Cícero, mas Ney optou pela entrada de Willian José. O goleiro reclamou no campo, durante a partida e irritou o técnico. “Não aprovo, acho que é cada um na sua, cada um fazendo sua função. Se eu achasse que o Cícero tivesse que entrar eu colocaria, então eu não aprovo”, comentou o treinador na época. Após o episódio, dirigentes do São Paulo divulgaram que numa conversa a dupla se acertou.
Quando Ney foi demitido, entretanto, Ceni voltou a demonstrar descontentamento com o trabalho do seu ex-chefe. “Zero, zero, zero”, disse o capitão do São Paulo ao ser perguntado sobre o legado deixado pelo técnico em 12 meses de trabalho no São Paulo.