Brasil e Espanha – que hoje decidem a Copa das Confederações – fizeram apenas 5 jogos oficiais. A vantagem da seleção pentacampeã é expressiva: quatro vitórias e apenas uma derrota. O único tropeço verificou-se no mundial de 1934, na Itália. Desfalcado de seus principais atletas, em razão da eterna briga entre paulistas e cariocas, o Brasil tomou 3 a 1 e voltou para casa humilhado. 
Tirano acompanhou
Em confronto só decidido na prorrogação, a Itália derrotou a Checoslováquia por 2 a 1, no estádio do Partido Nacional Fascista (PNF) e faturou o título. Na tribuna de honra, estava o ditador Benito Mussolini e mais 50 mil pessoas. Assim como o Brasil, a Argentina também deu vexame, sendo eliminada pela Suécia que fez 3 a 2.
No Maracanã, com olé
No mundial de 1950, o Brasil revidou a eliminação de 34, sapecando um sonoro 6 a 1. O mestre Zizinho regeu a orquestra no Maracanã, assinalando 3 gols. Nas arquibancadas, mais de 100 mil torcedores cantavam a marchinha carnavalesca “Touradas de Madrid”, composição de João de Barro (Braguinha) e do médico Alberto Ribeiro. Dizendo-se humilhados, os espanhóis nunca mais quiseram duelar com o Brasil, só o fazendo (compulsoriamente) nos mundiais seguintes.
Coral gigantesco
A cada gol brasileiro o canto da torcida: “Eu fui às touradas de Madri e conheci uma espanhola natural da Catalunha/ Queria que eu tocasse castanholas e pegasse um touro à unha/ Caramba, caracoles, sou do samba, não me amoles pro Brasil eu vou partir/ Isso é conversa mole pra boi dormir/ Para-tchim-bum-bum-bum. Para-tchim-bum-bum-bum/ Eu fui às touradas em Madri. Para-tchim-bum-bum-bum/ E quase não volto mais aqui-i-i pra ver Peri-i-i, beijar Ceci. Para-tchim-bum-bum-bum”.
Apito amigo
Nas Copas de 1962 e de 1986, o Brasil triunfou graças a erros grotescos de arbitragem. Em 62, quando obteve o bi no Chile, o quadro de Vicente Feola foi beneficiado pelo apitador que deixou de marcar pênalti flagrante do lateral Nilton Santos sobre um atacante da Fúria. A falta foi dentro da área, mas Nilton um pulinho para o lado e conseguiu enganar (?) o homem do apito. O encontro acabou com o placar de 2 a 1.
Pareceu reprise
No mundial de 1986, no México, o Brasil venceu por 1 a 0, gol de Sócrates, aos 17’ do segundo tempo. Dez minutos antes, o apitador australiano Christopher Bambridge deixou de validar um gol espanhol. Após a cobrança de um escanteio, a bola sobrou para Francisco que finalizou de fora da área. A bola bateu no travessão e entrou pelo menos 20 centímetros no gol de Carlos. No dia seguinte, na primeira página, a Folha de S. Paulo publicou: “Brasil vence Espanha com auxílio do juiz”.
Situação adversa
Hoje, ironicamente, os espanhois é que estão por cima no futebol mundial. Por isso, têm a chance de se reabilitar da goleada insólita de 1950. Estão embalados por conquistas de relevo e têm pela frente um Brasil sem o mesmo brilho de campanhas anteriores. Uma coisa é certa: um duelo pra ninguém botar defeito.
Excelente aperitivo
Uruguai e Itália decidem o terceiro lugar do torneio, organizado pela Fifa. As duas seleções dependem muito de seus talentos individuais. Pela Celeste, Cavani, Suarez e Diego Forlan. Pela Azzurra, Pirlo, Buffon e De Rossi.