Desde quinta-feira (1º), os veículos automotores só podem circular equipados com extintores de incêndio com carga de pó ABC. Trata-se de uma determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), datada de 2009. A decisão gerou a revolta de uma leitora que nos enviou correio eletrônico em que critica, com veemência, a medida.
* Começa ela: “O uso do extintor sempre foi controvertido. Obrigatório desde 1968, o motorista dificilmente se lembra de onde fica e tem dificuldade para operá-lo corretamente. Pior: raramente tem eficiência ao combater incêndio em automóveis. A exigência foi motivada por um poderoso lobby de fabricantes que pressionou o Contran para estabelecer a obrigatoriedade. Outros países o aboliram, quando o carburador foi substituído pela injeção eletrônica. E o inacreditável: em vez de abolir o equipamento, a exigência agora é por outro, mais caro e sofisticado”.
* Prossegue a assinante: “Há dez anos, não satisfeitos em encher as burras com o bilionário faturamento de milhões de extintores, os fabricantes carregaram para Brasília mais alguns “argumentos poderosos” e conseguiram emplacar no Contran uma outra resolução, desta vez exigindo um novo modelo. E a lei mudou em 2005, começando pelos veículos zero quilômetro. Mas, desde o começo deste ano, todos os automóveis terão de substituí-los pelos do tipo ABC”.
* Continua: “Sentiu a mão entrando duas vezes no seu bolso? Depois de utilizado o dos cinco anos de validade, o ABC não é reciclável nem recarregável e tem que ser descartado e substituído por outro novo. Pode? Fácil ganhar dinheiro com extintores no Brasil, não? É só multiplicar por R$ 50 (seria o custo dele no mercado) as dezenas de milhões de veículos que ainda têm os antigos, mais os carros na linha de montagem e mais as substituições dos ABCs vencidos para se ter uma ideia de quantas centenas de milhões de reais são faturados à custa ─ como sempre ─ do indefeso cidadão brasileiro.
* E conclui: “Um incalculável faturamento originário de um equipamento que, de pouco eficiente na época do carburador, tornou-se quase inútil com a injeção eletrônica dos veículos modernos”.
Está em falta
Ao que tudo indica, o número de flagrantes de motoristas sem o novo equipamento deve aumentar consideravelmente, nos próximos dias. Ontem, a coluna apurou, em alguns locais do ramo, que o extintor ABC que substitui o antigo do tipo AB está em falta. E que, em função da lei da oferta e da procura, tem comerciante cobrando mais de R$ 100 pela ‘joia’.
De volta pra casa
As festas de fim e de começo de ano se acabaram. E hoje, de manhã ou à tarde, inicia-se o retorno aos locais de origem. Henrique Fontenelle, coordenador de controle operacional da Polícia Rodoviária Federal recomenda que os motoristas planejem a viagem. “É preciso ter em mente mais ou menos o tempo necessário, o percurso a se fazer, quais as paradas e até se anteceder aos possíveis imprevistos”. Também orienta que não haja pressa de chegar ao destino final. “Não tente recuperar o tempo perdido nos congestionamentos, excedendo o limite de velocidade nas vias livres, tampouco fazendo ultrapassagens proibidas ou mesmo arriscadas”.