Hoje, em quase todas as cidades do país, acredita-se que haverá manifestações de protesto contra o governo federal. Tanto nesta ordeira comunidade, como nas demais, deseja-se que sejam pacíficas, de pessoas de todas as idades, profissões e crenças no exercício legítimo do direito de reunião e de expressão. As aglomerações todas, sem vinculação político-partidária visível, têm objetivo geral e comum, composto por imensa série de motivações individuais, sendo difícil enfocá-las.

 

De dentro pra fora

Na opinião do advogado J. F. da Silva Lopes, “de modo geral, as pessoas têm se aglomerado para manifestar insatisfação alastrada por quase todo o ambiente nacional, abrangendo ações, omissões e fracassos visíveis nos três níveis federativos. Incorreto supor que apenas a União e a presidente (Dilma)  é que estão na berlinda. A carapuça diante do estado de coisas que vivenciamos e padecemos, parece atingir todos os governos indistintamente e não ressalva governante algum. Evidente, pois, a corresponsabilidade política em todos os níveis federativos”. 

 

Cenário caótico

Lourival Gomes, secretário estadual de Administração Penitenciária, classificou como assustador o crescimento da população carcerária. Frisa que o Brasil já é o terceiro país do mundo com o maior número de presos. Dentre todos os detentos, 40% estão no estado de São Paulo que, por sua vez, concentra “apenas” 20% da população nacional. Segundo o secretário, nos últimos 50 meses, a média de pessoas inseridas diariamente no sistema prisional no estado foi de 33,7 por dia; 1.011 por mês; e 12.132 por ano. “Considerando que cada unidade abrigue cerca de 800 pessoas, seria necessário construir 15 prisões por ano”.

 

Elemento complicador

Lourival Gomes ressalta: “Para piorar, nos três primeiros meses de 2015, subiu, consideravelmente, a média mensal de egressos. Ela era de 8.949 em 2012, chegou a 9.401 em 2013, caiu para 9.144 no ano passado e, agora, é superior a 9.900. Nos últimos quatro anos, pontuou o secretário, foram construídos 18 presídios e mais 20 devem ser erguidos em curto e médio prazo.

 

Um pouco de refresco

O secretário enalteceu, no entanto, os resultados das saídas temporárias, conhecidas como “saidinhas”. Por conta do feriado de Páscoa, 13.284 foram às ruas, no estado. Desse total, 95,72% voltaram às unidades prisionais.
Gomes considera que o número de retorno é positivo, uma vez que muitos não acreditavam que o reeducando voltaria para a cela.

 

Fundo do poço

Em 2014, a Portuguesa de Desportos caiu da série B para a série C do Brasileirão. Na última quarta-feira, despediu-se do Paulistão, despencando para a série A-2. Hoje. a combalida Lusinha não passa de uma lenda. Militante da velha guarda, como o saudoso professor tupiense Antonio Mariano, talvez o único torcedor daquele clube na região, o jurássico responsável por este canto de página mantém vivas na lembrança as imagens daquela temível Portuguesa que costumava surrar os campeões do estado. Em 1951, enfiou 7 a 3 no Corinthians. Em 1955, a vítima foi o Santos – 8 a 0. Em 1957, no Pacaembu lotado, o gaúcho Alfeu fez todos os gols da goleada de 4 a 0 sobre o São Paulo. Mesmo humilhado, o tricolor faturou o Paulistão daquela temporada.

 

Trilhando o mesmo rumo

Domingo que vem (12), o Noroeste estreia na quarta e última divisão do futebol paulista. Mas, na temporada de 1959, 20 times disputando o Paulistão, o cenário era diferente. O clube fundado por trabalhadores da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, às vésperas do seu cinquentenário, classificou-se em 7º lugar, situando-se entre os quatro primeiros do interior. Além da vitória (1 a 0) sobre o São Paulo e uma dramática derrota (4 a 3) imposta pelo super Santos de Pelé, Zito, Pepe & Cia, não dá para esquecer o pega contra o Corinthians dos campeões mundiais Gilmar e Oreco.Primeiro tempo, Norusca 3 a 0; placar final, ahistórica goleada por 6 a 3, com arbitragem de Olten Ayres de Abreu, estádio superlotado. O técnico Renganeschi  escalou Julião, Pedro, Geraldo, Gaspar e Vila; Fernando, Ranulfo e Maneca. Batista, Gomes e Gelson.