Esta cidade logo se destacou pela sua pujança, tanto que foi cognominada: cidade milagre. Mas, a par desse crescimento ímpar, formaram-se figuras folclóricas, tais como Zé do Coco, que vendia gasolina; Zé do burro, que vendia carro; Zé miséria que era rico; Vicente Rico que não era rico; o Capeta que morava perto da igreja e tantas outras. Porém, agora surge outra figura controversa.
Articulista de marcada presença no Jornal Regional, dono de rebuscada retórica, mas que não é conhecido fisicamente nos meios sociais, ninguém sabe seu endereço, nem se tem CPF, RG, título de eleitor, se mora na cidade ou fora dela, ou se aqui aportam somente seus artigos. É o famoso não sei quem. Ele faz colocações dúbias em seus artigos: já elogiou a praça, por duas vezes. Mas essa praça, para quem não é da cidade, como deve ser ele, não sabe que é famosa por suas mutações, e como as praças parisienses, também já decapitou prefeito. Esperamos que tal fato não se repita. Mas, falando nela, já foi normal, elevada, com jardins babilônicos, ficou abandonada por uma gestão toda, foi remodelada e reconstruída com o projeto invertido, já teve de tudo e agora sua glória maior é ter o único coreto estaiado no mundo. Seu piso, caríssimo como toda ela, em sua última reforma, deixa a desejar pelo elevado custo e esboroamento precoce.
O “fantasma da praça” disse em um de seus artigos que Dracena tem um asfalto maravilhoso, sem buracos, simplesmente perfeito. Isso nos leva a crer que ele não é mesmo daqui, nem deste mundo. Pois, se andarmos pela rua Edson da Silveira Campos, passando pelo hotel do deputado e adjacências, há asfalto impecável, mas se continuarmos descendo para a Emefi João Vendramini, e virarmos na rua Duque de Caxias, antes da casa do vereador da situação, constataremos que ele não frequenta essas ruas e muitas outras, pois ali grassam (como diria ele) os buracos, que diz não existir.
Seria ele proeminente figura citadina se transfigurando em escritor e se auto elogiando? Fica a dúvida.
Falamos do nobre articulista Leo Alfaya que é firme em seus conceitos, às vezes não tão claros por seus rebuscamentos linguísticos. E que também tropeça no vernáculo, como nós mortais, confundindo o famoso Quarup (romanceado por Antonio Callado) com Garup, que creio não existir.
Enfim, famoso ou não, existente ou ficção, ser vivo ou espiritual, forasteiro ou conterrâneo, o certo é que já faz parte do folclórico acervo das figuras esdrúxulas desta cidade. Esse senhor não é um Zé ninguém, é o trepidante Zé das Letras, mas cuidado com elas.
Antonio José Fernandes Netto, dracenense.
