A atual crise da água na região sudeste do país já atingiu cerca de 130 cidades. Somente em São Paulo, de 645 municípios, 92 estão passando por dificuldades em relação ao abastecimento hídrico. Em meio a este cenário, a população e os negócios, especialmente aqueles que dependem da água para sobreviver, já desenvolveram algumas soluções para lidar com este problema.  

Um segmento bastante afetado pela seca foi o de lava-rápido, muitas pessoas estão deixando de lavar seus veículos para evitar o desperdício de água, o que traz muitos prejuízos aos donos de postos e locais especializados. Porém, isto motivou uma demanda crescente por lavagem de veículos a seco ou ecológica e muitas empresas já começaram a se adaptar. Em alguns casos, o serviço exige apenas uma cera automotiva especial, chegando a apresentar uma economia de mais de 300 litros de água por veículo.
Outro caso muito semelhante é o da lavanderia de roupas, que se realizada a seco, chega a economizar 18 litros por kg de roupa. Algumas franquias de lavagem a seco já perceberam o aumento no volume de peças deixadas, além da chegada de novos clientes. Entretanto, este é um serviço que deve pesar um pouco mais no bolso do consumidor.
Algumas padarias e lanchonetes em São Paulo estão servindo bebidas em copos descartáveis, evitando desta forma o gasto de água com a lavagem. Este tipo de material, se adequado, também pode ser reciclado após o uso.  
Já nos condomínios em São Paulo, os moradores passaram a trocar dicas para colaborar com a economia. Em um deles foram apresentadas duas ótimas sugestões:
Deixe um balde no banheiro e, quando for esperar esquentar a água ao tomar banho, coloque aquela água fria que sai no começo nesse balde (ou direto da ducha ou ainda da ducha higiênica na torneira quente). Depois use essa água para descarga ou para lavar roupa. A cada vez que deixamos a água correr esperando esquentar, jogamos no ralo cerca de 5 litros.
Instale nos banheiros chuveiro elétrico, que têm pouca pressão e a água aquece quase que instantaneamente. Se não for possível, o ideal é que os moradores de um mesmo apartamento tomem banho na sequência um do outro, assim a água já está quente.
Outra opção seria também trocar as tradicionais torneiras por modelos mais econômicos, com acionamento e fechamento automático, que estamos acostumados a ver em locais públicos. Em alguns casos, a redução no consumo pode chegar a 50%.
Além das recomendações básicas como tomar banho rápido, fechar a torneira ao escovar os dentes, etc., também existe outras tantas que ainda não foram exploradas, mas que também fazem diferença na hora de economizar: Ao lavar os cabelos com xampu ou condicionador, desligue o chuveiro até o momento de enxaguar.
Não jogue papel no vaso sanitário, isso evita a necessidade de acionar a descarga várias vezes. Na hora do banho, sempre deixe um balde para reutilizar a água. Com esta água você pode lavar a calçada, molhar as plantas e até mesmo o carro.
O principal ponto de tudo isso que vale ser questionado é: se essas medidas e iniciativas de redução de consumo fizessem parte do cotidiano da população há tempos, será que estaríamos vivenciando essa situação de crise atualmente?

*presidente da Habitacional e diretor de Marketing da Associação de Adm. de Bens, Imóveis e Condomínios de São Paulo.