Por que as pessoas estão apresentando sintomas do envelhecimento tão precocemente? Isso não acontecia antigamente, mas hoje em dia, mesmo com tantos tratamentos preventivos, os sintomas da idade são os mais frequentes da população.

Tudo isso está diretamente relacionado ao modo no qual você toca a sua vida, ou seja, das  ações que determinam o seu estilo de vida. Tudo se relaciona à nossa idade biológica e como ela se apresenta de acordo com os nossos hábitos.
Até 50 anos atrás, a herança genética era preponderante na determinação de doenças futuras, pois as pessoas, mesmo de diferentes tipos de classes sociais, tinham um estilo de vida parecido, alimentavam-se e tinham o mesmo nível de grau em atividade física. Hoje, entretanto, as heranças genéticas não são mais do que 30% responsáveis pela determinação da idade biológica, e sim o estilo de vida, que corresponde a 60%.
A idade cronológica é um parâmetro considerado obsoleto, e que não pode mais ser utilizado de forma isolada para definir se alguém é mais ou menos saudável ou se está mais ou menos propenso a desenvolver doenças.
Nós, seres humanos, envelhecemos obedecendo a ritmos e velocidade completamente diferentes uns dos outros. Se analisarmos dez indivíduos com 50 anos e que comemorem o aniversário exatamente no mesmo dia, ao aferirmos os seus processos metabólicos, iremos constatar que cada um deles tem, na verdade, idades totalmente diferentes. Isto deu lugar a um conceito novo e exatamente importante: a idade biológica, ou seja, a sua idade funcional ou a idade do seu metabolismo.
Hábitos e vícios frequentes que fazem mal à nossa saúde estão diretamente relacionados à nossa idade biológica, ou seja, uma pessoa pode ter 50 anos, mas o seu metabolismo e suas funções vitais podem ser iguais a alguém mais novo de 40 ou 35 anos, ou alguém mais velho de 55 ou 65, por exemplo. Isto explica porque alguém aparenta ter uma idade maior ou menor quando olhamos os  traços faciais, e também porque alguém tem um infarto ainda bem jovem aos 40 anos, porém, na realidade, com idade biológica de 70 anos.
Já que não é possível parar o tempo, usamos um truque bastante inteligente, que consiste em, uma vez identificada a velocidade com que aquela pessoa está envelhecendo, e que funções orgânicas estão mais comprometidas por este processo, possamos aplicar terapias que podem “atrasar” o relógio biológico humano, e desacelerar substancialmente o envelhecimento, além de otimizar a sua capacidade funcional.
Por exemplo, aos 12 anos de idade, eu pesava 90 kg e levava uma vida desregrada. Minha mãe é bariátrica e na  família todos apresentavam obesidade mórbida. Já meu pai e na  família dele todos são diabéticos e sofreram de infarto antes dos 50 anos, vivendo uma vida sem qualidade. Teoricamente, esse seria meu destino. Bloqueei meu processo genético. Hoje, eu tenho 108 kg, 7% de gordura, 52 anos cronológicos, não apresento nenhuma patologia e/ou doença, meus hormônios estão regulados e meu sono adequado, a minha percepção é de um homem entre 20 e 30 anos.
Quantos de vocês entre os 20 e 30 anos estão dormindo mal, com baixa libido, baixa disposição, com memória e concentração diminuídas? Apesar da sua idade, a sua idade biológica pode estar muito mais avançada.
Ao apostarmos em manter o indivíduo saudável através de ações preventivas, estamos minimizando as chances de desenvolver doenças, melhorando de forma expressiva a qualidade de vida e atingindo o objetivo maior da medicina antienvelhecimento que é permitir uma vida produtiva, independente, digna, plena, saudável e feliz.  Envelhecer é normal. Sentir-se velho e aceitar a velhice, não. 

*endocrinologista, especialista em metabologia, nutrologia e fisiologia do exercício.