Mal tinha começado o mês de novembro e foi possível notar uma explosão de luzes e cores nas vitrines das lojas, nas ruas e nos lares das famílias cristãs. Foi dada a largada para os preparativos do Natal. Todos correm em busca de presentes e se esforçam em mobilizar toda a família em torno dos preparativos para celebrar essa data. No entanto, o Natal não é um dia de alegria só porque todos se reúnem ao redor da mesa, mas porque é festa do nascimento de Jesus, que veio provar que o amor pode transformar o mundo e que a paz é possível entre as pessoas de boa vontade. O Natal é a festa da vida e também um convite para um ato de solidariedade para com o próximo.
O clima de festa contagia e, por isso, nos tornamos presas fáceis das estratégias de marketing que nos convida a comprar, comprar, comprar… Mas é importante não se esquecer dos sentimentos e valores que realmente exprimem a grandeza desta data, como solidariedade, justiça, amor ao próximo e a paz que vem de Deus e não dos presentes.
A data 25 de dezembro, fixada pelo papa Libírio, em 354, para substituir uma festa promovida pelos pagãos, em alusão ao deus sol, agora comemora o nascimento do sol espiritual, Jesus, que veio ao mundo iluminar toda a humanidade.
A festa do Natal é repleta de personagens, objetos e histórias que ajudam a compor uma lista enorme de símbolos e tradições natalinas que mexem com os nossos sentidos e vão muito além da razão, de acordo com fontes históricos que tal conhecer alguns deles?
Árvore de Natal, a primeira referência este símbolo, data do século XVI. Em Estraburgo, Alemanha, hoje território Francês, tanto família pobres, quanto ricos, decoravam pinheirinhos com papéis coloridos, frutas e doces. Conta a tradição que a primeira árvore de Natal foi montada por Martinho Lutero, o fundador do protestantismo.
Certa noite, poucos dias antes do Natal, Lutero passeava por um bosque de pinheiros e, olhando para o céu, viu estrelas que brilhavam entre ramos das árvores mais altas. Ele levou um pinheirinho para sua casa e enfeitou com velas acesas. No Natal de 1.529 reuniu as crianças de sua cidade em volta da árvore e disse: As velas no pinheiro simbolizam as estrelas do céu, de onde o Jesus menino veio para salvar o mundo.
Hoje, a árvore de Natal é um símbolo de vida e de esperança. O sentido cristão de enfeitar a árvore é o lembrar que Cristo é a árvore da vida, que venceu a morte e, por isso, é a nossa esperança. As bolas e os enfeites, representam nossa intenção de que essa árvore frutifique, de bons frutos, e as luzes vem anunciar que o rei da luz está no meio de nós.
Presépio, é a representação do ambiente em que Jesus nasceu. O primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis, na cidade de Greccio, Itália, no Natal de 1.223. A cena representada por um boi e um burro verdadeiros, foi preparada numa estrebaria. A manjedoura estava cheia de feno, Francisco, com muito carinho, chamou todos os habitantes das proximidadesninclusive os religiosos para que na noite de Natal, estivessem no local humilde que tão bem relembrava o episódio daquela bela noite, o nascimento de Jesus Cristo.
Troca de presentes vem do Império Romano o hábito de trocar presente no Natal. Na Roma Antiga, era costume presentear crianças e pobres no primeiro dia do ano em função das comemorações ao deus saturno. A tradição foi absorvida pelos cristãos que também acreditam na história em que os três Reis Magos: Belchior, Gaspar e Baltazar, levaram ouro, o incenso e mirra para Jesus. O presente simboliza o próprio Jesus, o grande presente que nos foi dado por Deus.
A coroa do Advento, o Advento é o período de quatro semanas que antecede o Natal, e inicia o ano da igreja, fase em que os cristãos se preparam para o nascimento de Jesus. Para anunciar e celebrar este período, costuma-se enfeitar os lares cristãos com coroa do Advento, uma guirlanda verde, sinal de esperança enfeitada com uma fita vermelha. Neste símbolo há quatro velas que devem ser acesa cada domingo do Advento. As velas simbolizam Cristo, a Luz do mundo. A cor litúrgica do Advento, esse tempo de vigilância e conversão é cor roxa, cor rosa, cor vermelha e cor azul.
Músicas natalinas, as canções natalinas surgiram no século XIV, na Inglaterra, mas foi no ano de 1818 que o padre Josepf Molar e parceria com Frans Gruber, compôs Noite Feliz que teve sua letra traduzida para mais de 60 línguas e hoje é a música mais cantada em todo mundo.
Estrelas, no topo das árvores natalinas, bem como nas portas das casas e no alto dos edifícios das cidades e nas igrejas, estão às estrelas natalinas. As estrelas que anuncia a chegada do menino Jesus e o caminho da gruta aos reis magos que vinham do Oriente, se tornou símbolos do tempo do Advento do Natal, como a luz que brilha na escuridão, mostra que a vida brilha nas trevas e que todos que caminham desesperançosos podem encontrar na gruta de Belém, uma nova razão de viver.
Panetone, o bolo recheado de frutas e uvas passas é uma do Natal italiano, adotado também pelos brasileiros. Há mais de três versões para explicar a sua origem. A mais conhecida é a de que o panetone foi inventado sem querer por um padeiro que, distraído, deixou cair um pote de açúcar na massa de pão e, na tentativa de salvá-la adicionou ovos e uvas passas a receita. Quer saber o nome do desastrado? Toni, com sucesso da nova receita logo o pão ficou conhecido como o pão do Toni.
*contador, coordenador das Comunidades Eclesial Base (CEB´s), ministro da palavra e celebração na igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida em Dracena.
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