Quando se analisa o tema Gestão, Currículo e Cultura, diretamente ligados em nossa vida de gestor escolar, nos leva a refletir ideias-chaves inseridas nos componentes curriculares.
Todas as ideias procuram sempre mostrar o caminho do saber. Olhamos para o passado e procuramos encontrar em nossas memórias, pessoas que mais influenciaram nossas vidas e, frequentemente, descobrimos algum professor que nos resgatou do fracasso, mas não só isso, também despertou dentro de nós interesses que estavam adormecidos e que mudaram os rumos de nossas vidas. Esta lembrança afetiva pode ter contribuído para o sucesso de muitas pessoas e, também pode, sem que o professor percebesse, ter colocado o aluno fora da escola.
O mundo jamais vivenciou, tanta comunicação, tamanha quantidade de informações, grande soma de conhecimentos e um desenvolvimento acelerado da tecnologia. Ainda não aprendemos a lidar com os novos aparelhos, com a tecnologia e técnicas de ponta e, por assim dizer, por mais incrível que pareça, já estão superados.
Os desafios que a escola enfrenta com a marcante presença desses meios de comunicação de massa e o crescente desenvolvimento da informática nos confronta com a nossa própria conduta de educadores e, nos faz perguntar até quando haverá conhecimentos que só a escola pode transmitir ou, se ao contrário, esses novos meios poderiam ser, de alguma forma, substitutos da escola. Estaria a escola perdendo o seu lugar na história ou ainda é cedo para se pensar na força desses fatores?
Não basta um currículo bem elaborado para o sucesso total do aluno como ser humano. Se pensarmos que a vida de muitos jovens ficou marcada pela influência de um professor, é a prova mais do que suficiente que por mais avançada que sejam as tecnologia, ainda devemos pensar que o humano está a frente e, consequentemente, supera a máquina. Cabe sim, à escola, ocupar o seu lugar na formação completa de nossos alunos. Não basta “enchê-los” de conteúdo, pois o exercício de elaborar um bom projeto deve visar a criança como um todo: “As crianças não estão num dado momento sendo preparadas para a vida e em outro vivendo” – John Dewey.
A escola tem como objetivo principal ensinar. Não se deve confundir competência e capacidade com competir e vencer a qualquer custo e de qualquer jeito. A convivência harmônica e pacífica nos traz a paz interna e aumenta o nosso grau de satisfação pessoal.
Se a escola quer contribuir com a cidadania, ela deve, a todo momento, da educação infantil ao ensino universitário, colocar em questão o espaço onde professores e estudantes vivem. Compreender o lugar não significa simplesmente reconhecer e descrever sua aparência, perceber as dinâmicas e transformações que vão ocorrendo em diferentes momentos históricos, a partir de variados interesses e condições geográficas.
Este lugar “escola” não pode e não deve fechar-se entre muros, ensinando modelos que podem estar ultrapassados. Ela não é somente um prédio de concreto em que o professor trabalha por obrigação e o aluno estuda porque a família manda.
Educar é mais que passar conteúdo, é dotar alguém da capacidade de se manter dignamente, de se achar bem consigo próprio e com sua coletividade.
As interações que ocorrem no contexto escolar também são marcadas pela afetividade em todos os seus aspectos. A afetividade está assim presente em todos os momentos ou etapas do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor e não apenas nos seus simples contatos com aluno.
É preocupante observar que as nossas crianças estão chegando à escola com aproximadamente cinco mil horas de massacre televisivo. A escola não está encontrando caminhos para esta competição. Inserida num contexto em que a tecnologia predomina, o desafio de ocupar o seu lugar na formação de cidadãos autônomos e conscientes é desafiador. A escola não pode e não deve perder esta missão de ajudar os alunos a adquirirem uma postura crítica e defensora diante da grande quantidade de informações com que são bombardeados continuamente.
Pensando no conjunto de componentes curriculares da escola, como num todo, e a importância que cada um deles exerce na formação do aluno, o ideal é que a equipe escolar reavalie seus conteúdos, priorize os essenciais para formação científica básica do aluno, e estejam voltados para uma pedagogia mais humana e menos conteudista. É preciso trabalhar valores para formação de pessoas mais solidárias, comprometidas com um mundo melhor, pois de nada adiantaria acumularmos conhecimentos, lermos pilhas de livros e gastarmos todo nosso tempo estudando, se todo esse conhecimento não nos conduzisse a transformações do que somos e de quem somos.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), segundo alguns educadores trouxe uma mudança de paradigma na educação básica com a intenção de transformar a escola num laboratório de aprendizagem. A escola deve ocupar esse lugar e cumprir essa missão superando todas as barreiras.
Esta é uma vertente que devemos constantemente discutir entre professores e que pode minimizar nossa angústia frente a todos este desafios e assim, transmitir aos nossos alunos, um saber mais humano.

Equipe gestora da EE Profª. Julieta Guedes de Mendonça