Quando se fala em mãe, vem logo à mente a “mater dolorosa”, aquela mulher que enfrenta todos os perigos, todas as privações para proteger os filhos. Quando são pequenos, não dorme tranquila, pois a qualquer descuido o bebê pode se afogar ou sufocar. Com isso, é comum a mãe aprender a ter sono levíssimo e carregar isso para o resto da vida. Transforma-se em eterna guardiã da família, com vigilância cerrada sobre tudo e sobre todos. Às vezes até incomoda a ninhada já graúda.
Mas são muitos os filhos que reconhecem tanta dedicação, tanto afeto e procuram dar a elas a tranquilidade de sua companhia, o carinho tão solicitado por olhares compridos e sofridos e o apoio moral e material quando elas estão carentes deles.
Mas da mesma forma que existem filhos que amam e reconhecem o valor imensurável das mães, existem também aqueles que não conseguiram desenvolver um mínimo de carinho ou de gratidão pelas genitoras. Essa é a parte mais triste e perversa que um ser humano pode apresentar. É a ingratidão alcançando níveis inimagináveis, o que envergonha a humanidade. Nem entre os animais, ditos irracionais, se encontra essa falta de reconhecimento. Mas, em meio à humanidade, com toda a evolução tecnológica, tantas escolas, tantos estudos e diplomas, deparamos com perversões desse tipo: A falta de amor e cuidados por aquela que o gerou e o cercou de mimos e carinho.
E não se pense que essa é uma atitude difícil de encontrar. Todo mundo conhece um ou vários casos de filhos que melhor seria se tivessem sido abortados, ao invés de terem vindo ao mundo apenas para dar desgosto às mães e mau exemplo aos filhos. Quantos filhos, além de não se importarem com as mães, ainda as exploram carregando, sem constrangimento, parte ou toda a pobre aposentadoria que recebem?! Quantos que deveriam se envergonhar de ir aos Bancos e fazer empréstimo consignado para ser descontado na aposentadoria da mãe, deixando-a praticamente na miséria e, nem por isso, lhes dão um tratamento mais humano?!
Não há um indicador mais representativo da evolução de uma pessoa do que o modo como ela trata seu pai e sua mãe. Esta, normalmente companheira de todos os sofrimentos do filho, que fica feliz, às vezes à distância, quando ele se sai bem na vida; e bem próxima quando o filho cai em desgraça com uma doença, ou quando acaba por ir para prisão. São milhares de mães que se deslocam do lugar onde residem para viajar quilômetros e quilômetros para levar apoio, amor e até guloseimas para os filhos, muitas vezes ingratos que, por não ouvirem seus conselhos, hoje amargam prisões.
E elas sofrem. Sofrem muito mais do que eles porque ficam imaginando coisas terríveis que podem acontecer com seus pupilos. Elas são as verdadeiras prisioneiras fora das grades. As que realmente sofrem, porque quando se lembram de seus meninos presos, não lhes vêm à lembrança o homem feito que agora é , mas o menino inseguro agarrado às suas saias pedindo colo e carinho. É esse o filho por quem ela chora e sofre. É o seu menino. Daí a revolta que qualquer pessoa sente quando se depara com um filho (ou filha) que maltrata, ao invés de acarinhar, que abandona ao invés de amparar, que explora ao invés de dar apoio.
As mães não dão segurança apenas aos filhos, mas dão segurança ao mundo!
Até quarta-feira

therezapitta@uol.com.br
-Dracena-