O Brasil está passando pela sua pior crise político-econômica após a era Collor! As televisões, rádios, jornais e revistas fazem questão de nos lembrar disso diuturnamente. O que a impressa esquece de lembrar – talvez por não dar tanto ibope – é que, após o confisco da poupança, a corrida aos bancos, a hiperinflação e o impeachment do início dos anos noventa, veio um período de estabilidade – FHC – e, logo após, um período de crescimento – Lula. Como diria o ditado, “após a tempestade, vem a bonança”. E ela veio para nós!
Nosso país nunca foi referência de grandes políticos, grandes governos ou algo que se aproxime disso. Somos um grande país não por causa dos nossos governantes, mas sim, apesar deles! Sempre foi assim! Desde a época de Dom João é assim. Não vai mudar! Pelo menos, não em curto prazo. O que nós precisamos fazer é voltar a acreditar no nosso país, nas nossas empresas, no nosso trabalho. Em última instância, o que nós precisamos é voltar a acreditar em nós! Quem faz o Brasil é o povo brasileiro e não nossos políticos!
Ok, ok, eu sei que a Dilma não tem ajudado! Ok, além de não ajudar, ela ainda atrapalha! Não é fácil conviver com um governo corrupto, perdulário e incompetente. Eu sei disso! Você também sabe! Mas não é por isso que vamos entregar os pontos. Precisamos parar de reclamar da carga tributária elevada, da falta de mão de obra qualificada, da infraestrutura precária, do enorme spread bancário. Nós já temos muitos problemas. Está na hora de encontrarmos as soluções!
Precisamos parar de nos queixar do dólar elevado que vai adiar nossas compras em Miami e começar a pensar que vai ajudar as exportações e, consequentemente, melhorar nossa balança comercial. Os juros elevados e o crédito escasso travam a economia, mas certamente oferecem oportunidades interessantes para quem está capitalizado. Se está todo mundo atrás de dinheiro, quem o possui dá as cartas, certo?
Quer seja nas famílias, nas empresas ou nos países, as crises derrubam os fracos e fortalecem os fortes! É isso que nós precisamos: ser fortes! Se quisermos sair fortalecidos dessa crise, precisamos utilizá-la em nosso proveito. E só existe uma maneira de fazermos isso: mudando nossas atitudes! São vários os países que viveram crises bem piores do que a qual estamos vivenciando neste momento. Todos os países que conseguiram a proeza de sair dela melhor do que entraram, tem algo em comum: eles aprenderam com seus erros!
Se pensarmos em um cenário mais amplo, para o Brasil sair da crise e conseguir entrar nos eixos novamente, nossa querida presidenta e sua trupe precisa mudar de postura. Porém, não podemos ficar reféns da boa vontade de um governo que se notabilizou pela sua má vontade com os brasileiros e com o setor produtivo, em particular. O que nós precisamos para sair dessa crise é fazer a nossa parte e parar de esperar a Dilma fazer a parte dela. Precisamos aproveitar a crise para tornar nossas empresas mais bem geridas. Precisamos melhorar nossa produtividade, reduzir nossos custos ao máximo. Precisamos investir – mesmo que de forma parcimoniosa – para que quando a economia voltar a crescer – e ela vai – nós estejamos à frente da nossa concorrência!
*consultor financeiro, palestrante e fundador do portal invistafácil.com.