Em torno de mais ou menos 20% da Amazônia já foi destruída. Agora, muitas áreas têm uma destruição insidiosa: tira-se madeira, mas se olharmos de cima temos a impressão que a floresta ainda está lá. A Amazônia está sendo roída pelas bordas. O centro dela está inteiro, e ainda tem como fazer uso disto de forma sustentável.
Um das ações mais nefastas da devastação da Amazônia aconteceu quando surgiram grandes, projetos de pecuária extensiva, de exploração de madeira de forma predatória e da mineração sem nenhuma preocupação ambiental.
Temos um grave problema de ampliação da fronteira agrícola, mas também várias alternativas no sentido de resistir a este modelo, como uma alternativa que contabilize o desenvolvimento com a preservação e consequente melhoria da qualidade de vida.
A Amazônia tem um processo de transpiração, sendo que 50% das chuvas que ali ocorrem são fruto do próprio processo de transpiração da floresta. Com a retirada da cobertura florestal, teríamos sérios problemas com os recursos hídricos.
Temos visto na região sudeste, principalmente no Estado de São Paulo, o grande problema com falta de água e a situação de nossas principais represas e mananciais.
Pelas pesquisas daqueles que estão estudando alternativas econômicas e pela experiência acumulada das populações que vivem na Amazônia, a saída é um modelo de desenvolvimento que seja diversificado.
Neste momento não há lugar para a monocultura, ou a pressão exagerada sobre uma determinada espécie, como por exemplo, as espécies nobres.
Os estudiosos do assunto advogam um modelo de desenvolvimento sustentável, que tenha uma economia diversificada, com por exemplo a exploração de nossas espécies de frutas, que são raras e que têm altíssimo apelo em termos de mercado. Também nossas espécies de peixes e uma série de atividades que podem ser feitas a partir das especificidades própria da região.
Algumas pessoas dizem que nosso futuro está ligado diretamente à preservação da Amazônia.
A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas sabe-se que ela tem, sem dúvida consequência imediata nas quantidades de água disponível do cerrado e da região sudeste.
Não resta nenhuma dúvida que a alternativa para o futuro da Amazônia é o uso sustentável de seus recursos naturais.
Embora muita coisa já tenha se perdido não podemos deixar de ter esperança. Ainda há tempo. Vamos salvar a Amazônia!
*é professor de Geografia do Colégio Objetivo de Dracena.