Sob o pretexto de acelerar o crescimento do PIB, Dilma Rousseff assumiu em 2011 pregando maior intervenção do Estado na economia. Ao longo de sua gestão foi deixando de lado o regime de meta de inflação e agiu de modo negligente em relação às contas públicas acreditando que o modelo intervencionista manteria a atividade econômica se expandindo de maneira sustentável.

O sistema de metas de inflação e o regime de superávit primário não bastam para acelerar o crescimento econômico, mas são fatores que promovem maior grau de previsibilidade na tomada de decisão pelos agentes privados quanto aos investimentos, base da expansão sustentada do PIB. A elevação da inflação e a fragilização das contas públicas na gestão Dilma aumentaram o grau de incerteza na economia, algo que ficou ainda mais comprometido por conta do exacerbado intervencionismo estatal, que expandiu os gastos e o nível de endividamento em troca de efeitos tímidos na atividade econômica.
Outro fator que impacta negativamente na economia brasileira se refere à infraestrutura. O governo tentou atuar nessa área e fracassou. As licitações de ferrovias, aeroportos, rodovias e portos foram mal conduzidas e os efeitos foram quase nulos para a produção nacional. A competitividade da economia doméstica segue patinando por conta desse item de peso fundamental para o custo Brasil.
O modo como o PT conduz a gestão pública chegou ao fim. Não dá mais para seguir com base no consumo doméstico e na ingerência exacerbada e ineficaz na vida econômica. As famílias da classe média estão endividadas e a elevação dos preços está reduzindo seu poder aquisitivo. O desemprego está crescendo. A atuação do poder público cria resistência na implementação de investimentos privados, uma vez que a percepção do risco cresceu no meio empresarial. A atuação do governo na atividade produtiva tem sido uma tragédia e o caso mais notório é o do setor de energia elétrica, cujo custo crescente derivado das barbeiragens de Dilma está pesando cada vez mais para os consumidores.
Ademais, adicionalmente à má condução da política econômica há o enfraquecimento do quadro internacional. Os preços das commodities caíram por conta da redução da atividade econômica na China e a expectativa de aumento dos juros nos Estados Unidos reduz o fluxo de capitais para o Brasil.
O resultado da política econômica do atual governo foi um crescimento médio de apenas 2,1% entre 2011-2014, metade da expansão do PIB mundial no mesmo período, com a inflação atingindo um nível elevado. Mas, não para por ai. Este ano as barbeiragens do PT vão derrubar a economia em mais de 2%. Será o pior resultado desde 1990, ano em que o governo Collor confiscou a poupança e o PIB encolheu 4,3%. Enquanto isso, países como Chile, Colômbia, Peru e México vão crescer em 2015 entre 2,5 e 3%, mesmo com todos os problemas observados na economia mundial.

*doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA) e professor titular de Economia na FGV (Fundação Getulio Vargas).