Empatia é a capacidade que a pessoa tem de sentir o que outro sente. Se alguém sofre, ela sofre também. Se alguém está feliz, quem possui empatia, compartilha dessa alegria. É isso que torna os indivíduos mais humanos e a sociedade mais fraterna. 

Em momentos de turbulências, percebe-se isso mais nitidamente. No fim da semana passada deu para se notar com clareza o grau de empatia que os moradores desta região nutrem pelos seus semelhantes. Logo após o vendaval que danificou e até destruiu algumas casas em Panorama e Junqueirópolis, muitas pessoas e entidades começaram a traçar planos para arrecadar roupas, objetos e dinheiro para socorrer aqueles que foram vítimas dessa intempérie. 

Essa forma de agir é espontânea e nasce desse sentimento de compartilhar as dores de outras pessoas. Se esse modo de reagir é um amadurecimento para quem ajuda, para quem recebe é um grande sinal de apoio, de segurança. Essas atitudes diminuem muito as tormentas que atingem as pessoas. E o bom é que aconteça assim, imediatamente; afinal, a ajuda não pode esperar, não pode passar da hora, do contrário pode ser ineficaz.

Desgraças nos fazem lembrar os milhões de refugiados que estão fugindo da Síria e de outros países em guerra e que, enquanto são auxiliados por uns, são hostilizados por outros. A Alemanha, que sempre nos fez lembrar os horrores impingidos a outros povos que eles julgavam ser raças inferiores, que nos recordava Hitler e suas aberrações, tem agido em relação aos refugiados de uma maneira surpreendente. 

Enquanto países como a Hungria repelem os refugiados, impedindo que atravessem seu território, na Alemanha eles estão sendo recebidos de braços abertos pela população, que vai para as ruas saudá-los, levando brinquedos e guloseimas para as crianças, agasalhos e calçados para os adultos. Formam filas aplaudindo os refugiados que, por fim, depois de tantas desgraças encontram um motivo para sorrir.

Ângela Merkel, que comanda essa nação, antes odiada, liberou 6 bilhões de dólares para dar o apoio de que eles estão precisando. E o povo faz a sua parte, sendo gentil e caridoso com essas pessoas que estão fugindo dos horrores da guerra. Elas não pedem mais nada senão que as deixem viver. 

Enquanto a Alemanha se esforça por acolhê-los, a Inglaterra, que sempre explorou as riquezas de todas essas regiões agora em conflito, anunciou que acolherá 20 mil refugiados nos próximos 5 anos. Só que eles estão precisando de apoio já, eles estão sofrendo agora e talvez daqui a 5 anos, seus países estejam pacificados e eles já possam estar voltando para seus lares. Se a necessidade se instala agora, é agora que eles precisam de ajuda. Essa é, talvez, a maneira mais torpe de recusar ajuda.

Também causou constrangimento mundial o fato de uma cinegrafista húngara ter dado uma rasteira em um refugiado que corria carregando uma criança, fazendo com que ambos caíssem ao chão. São as maldades gratuitas que revelam a desimportância que conferem ao seu semelhante. 

Tanto em nível de indivíduos, quanto em nível de países, pode-se notar o adiantamento de cada um. Enquanto uns se apressam a socorrer quem precisa, outros postergam a ajuda ou ainda tentam tornar os infortúnios mais graves do que já são. 

Saber que moramos em uma região em que as pessoas se importam umas com as outras, já é um grande alento. Dá-nos a sensação de que todas essas cidades ao redor são uma extensão da nossa casa.

 

Até quarta-feira

therezapitta@uol.com.br 

-Dracena-