Às vezes, quando a gente pensa que já viu de tudo nesta vida, descobre que ainda há muito para se conhecer. Quando se trata de atrocidades cometidas por seres humanos, aí é que a gente se surpreende.
Vendo aquela multidão de refugiados que se arrasta através de países da Europa, no clima gelado que enfrentam nesta época, fica uma sensação esquisita de impotência, de não poder fazer nada para ajudar ou proibir tamanha desumanidade. São famílias inteiras que se deslocam de países assolados pelas guerras, buscando refúgio onde tenham a mínima esperança de continuar vivendo. Querem apenas isso: continuar vivendo.
Há trechos que têm que ser atravessados de barcos. E eles superlotam embarcações sem nenhuma segurança ou conforto, explorados por pessoas que pensam apenas nos lucros que podem auferir com o aluguel dos barcos. E quando chegam aos países da Europa, em muitos deles são proibidos de desembarcar sob a argumentação de que poderão desestruturar a economia local.
O interessante é que durante a segunda guerra mundial, os europeus que foram atingidos pelo conflito, lotavam embarcações e fugiam para o norte de África. Há muitas fotos desses episódios. Agora, europeus esqueceram-se do que sofreram como refugiados e repudiam os infelizes que buscam refúgio em suas terras.
As cenas de embarcações superlotadas, do naufrágio de muitas delas, matando milhares de pessoas é algo extremamente chocante. Aquelas multidões, tentando atravessar a pé alguns países para chegar à Alemanha, que é um dos poucos países que estão aceitando refugiados, vão escoltadas por soldados montados para que não tentem ficar no país da travessia. Apenas o atravessem.
Só isso já seria o bastante para desassossegar o espírito de qualquer pessoa. Porém, há mais. Descobriram e têm divulgado a notícia horrenda de que pessoas, principalmente do empobrecido leste europeu, compram meninas pobres entre oito a dez anos e as transformam em escravas sexuais. Porém, não se conformam em apenas vender as crianças, querem fazer algo inusitado para que o preço atinja até trinta a quarenta mil dólares.
Levam as meninas a clínicas clandestinas onde elas têm seus braços e pernas amputados, substituídos por membros de silicone. Extirpam as cordas vocais para que não emitam sons, perfuram os tímpanos, furam os olhos, retiram todos os dentes e colocam próteses de silicone ou borracha. Depois de toda essa mutilação, elas são vendidas como bonecas humanas sexuais para que seus compradores descarreguem nelas todas as suas taras e perversões sem que haja a mínima resistência. Elas são entregues com manual instruções de como mantê-las vivas, o que não ultrapassa ano e pouco.
Não é qualquer pessoa que tem a imaginação torpe para conceber tal ideia para deformar ou comprar tais crianças. Precisa ser dono de um sadismo insano, de uma maldade ímpar.
Por essas e por outras que quando pessoas saem por aí em passeatas ou redes sócias, destilando ódio, causa mal estar em quem tem noção de como a maldade humana pode atingir níveis estratosféricos. Gente pode ser o bicho mais perigoso que existe na face da terra!
Até quarta-feira
Thereza Pitta
therezapitta@uol.com.br
-Dracena-