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A Unesp, que completa 40 anos em 30 de janeiro de 2016, faz parte da vida da minha família. Quando falo que sou fruto da Unesp, é de modo quase literal mesmo. Meus pais se conheceram nas dependências da FCT-Unesp de Presidente Prudente, com meu pai já sendo servidor da unidade. Ambos estavam estudando para concurso de auxiliar de laboratório à época. Meu pai ajudou minha mãe a estudar e, no final, ela passou em primeiro lugar, e ele, em oitavo, evidenciando o clichê de que muitas vezes o aluno supera o mestre. Por fim, meu pai alçou voos fora da Unesp e minha mãe lá permaneceu por trinta e um anos. Além dos dois, tios, tias, primos em todos os graus possíveis foram e ainda são servidores por lá.
Cresci andando pelos jardins da FCT, pelos corredores dos laboratórios e salas de aula, sempre admirando e tentando entender o que se passava pela cabeça daquelas pessoas, fossem alunos, funcionários ou professores. E, acima de tudo, era atraído por algo, uma sede que não era saciada de modo pleno, que me fazia imaginar ser um pequeno cientista, e levando a me filiar, juntamente com meus irmãos, ao Clube da Ciranda da Ciência, iniciativa à época da Fundação Roberto Marinho, Funbec e Hoescht do Brasil. Qualquer tema para nós era ciência. E montamos um laboratório muito rudimentar no fundo de casa, com muita criatividade e apoio incondicional de nossos pais.
Tempos depois, o interesse pelo nosso rudimentar laboratório se foi, mas a busca pelo conhecimento não. Nunca me imaginei sendo aluno da Unesp durante o ensino médio, pois pensava em cursos que não existiam na FCT e buscava algo diferente para mim. Porém, um universitário do curso de Engenharia Cartográfica morou nos fundos de nossa casa e, um belo dia, convidou-me para assistir sua defesa de TCC. Eu tinha certeza de que não iria gostar, mas o efeito foi inverso. Percebi que o curso satisfaria o que eu buscava e já não tinha mais dúvida de qual profissão seguir. Mas tinha certeza de que jamais seria professor.
Fiz a graduação, mestrado e doutorado e meus irmãos também estão no mesmo caminho. E cá estou eu. Da primeira turma de CCI da FCT Unesp para professor da Unesp Câmpus de Rosana, e atualmente também como vice-coordenador executivo. Dos meus 33 anos de vida, há uma relação simbiótica com os 40 anos da Unesp, seja para relações profissionais e pessoais. Conheci ótimos professores, grandes amigos, meus colegas vice-diretores com quem aprendo demais a cada encontro, pessoas marcantes que entraram no câmpus junto comigo e que, de algum modo, tocaram e tocam minha história. Em um tempo de desafios para nossa universidade, orgulho-me de fazer parte dela e principalmente da Unesp fazer parte da minha história.
Quero que a Unesp cresça cada vez mais, valorizando de modo igualitário o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, para não corrermos o risco de ficar mancos. Que a Universidade se expanda para além-mar e seja igualmente relevante para além dos seus muros e cercanias, como é a missão de nossa universidade multicâmpus. Que todos nós busquemos a excelência ao máximo em todas as áreas da Universidade sem esquecer que igualdade não é tratar todos de forma igual, mas dar condições para que todos sejam iguais. Que a geração e a difusão do conhecimento sejam a principal bandeira da nossa universidade em um mundo cada vez mais conectado e, ao mesmo tempo, de relações distantes.
Sou fruto dos primeiros 40 anos da Unesp. Quero ajudar a construir os próximos 40.
*professor e vice-coordenador executivo da Unidade da Unesp em Rosana, possui graduação em Engenharia Cartográfica, mestrado e doutorado em Ciências Cartográficas pela Unesp.
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