Há muito tempo se fala no aedes aegypti, na dengue e, agora nas outras duas doenças que esse mosquito também transmite: a chikungunya e a zika.O governo gasta fortunas para tentar acabar com essa praga e o resultado é nulo. Em todos os lugares são recrutados funcionários para visitarem as residências, ensinar os moradores a não deixar água parada, lixo ou qualquer outro tipo de detrito espalhado que possa servir de criadouro para esse mosquito.
Tudo tem sido em vão. Ele cresce, se reproduz e espalha seus efeitos pestilentos pelo país afora. Há regiões em que foram convocadas as forças armadas para dar respaldo ao pessoal da vigilância sanitária na orientação de moradores e na detecção dos focos de infestação. E o resultado de todo esse esforço é igual a zero. Pelo jeito, estão indo por caminhos errados. A metodologia empregada não está sendo aquela que produz os resultados esperados. Quando a forma de combate não é a correta, o resultado é sempre nulo.
Houve uma época em que estava havendo muitos acidentes com vítimas fatais que eram lançadas para fora de seus veículos. Inventou- se o cinto de segurança. Todo mundo foi aconselhado a usar. Ninguém se importou. Obrigaram as fábricas a instalar cintos de segurança em todos os carros novos. As pessoas simplesmente ignoravam o dispositivo e não usavam. Foi criada uma lei para multar quem não usasse o cinto de segurança e ainda levava alguns pontos na carteira do motorista. Com a cobrança implacável do motorista ou passageiro sem o cinto, todo mundo se acostumou a usá-lo e hoje chega a chamar a atenção ver alguém num carro em movimento sem o uso desse dispositivo de segurança.
O que é que se deduz disso tudo? Se não houver punição efetiva e imediata, o povo não obedece lei nenhuma, mesmo que seja para o seu bem. Há um descaso enorme com os quintais, com as piscinas podres, com o lixo que despejam no lugar mais fácil e não no lugar correto. Como pensar que esse pessoal vai se incomodar com as inúmeras propagandas sobre o perigo que esse mosquito representa, se o que a gente vê é o descarte de lixo onde ele é produzido?
Se dá uma ventania é comum ver-se sacola plástica voando ou papel voando, porque as pessoas as jogam onde estiverem, não se importando se ali é o lugar ou não. No Rio de Janeiro, a alta sociedade foi passar o réveillon nas praias famosas de lá e quando amanheceu o dia havia espalhadas pelas lindas praias nada menos que 700 toneladas de lixo. Emporcalharam toda a areia com sacolas plásticas, garrafas, papéis e todo tipo de lixo que puderam levar para as praias.
Infelizmente, se não houver punição severa, as pessoas, na sua imensa maioria, não respeita lei nenhuma. Tem que haver multa pesada quando são encontrados focos desse mosquito e quem não tiver dinheiro para pagar, deverá prestar serviços à comunidade, como a limpeza de quintais sujos. As prefeituras também deverão ser responsabilizadas pelos terrenos que possuem e não cuidam, enfim, ninguém pode escapar das penalidades que devem ser impostas.
Apesar de a legislação brasileira ser uma das mais perfeitas do mundo, falta essa lei e o seu cumprimento de forma rígida para obrigar as pessoas a serem responsáveis pelo lixo que produzem e não se maravilharem somente com a limpeza e responsabilidade que pessoas de outros países exibem. Nós também podemos ser um país de bons hábitos.

Até quarta-feira
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– Dracena-