Esta é uma pergunta que todos têm na mente. E a resposta é quase sempre uma incógnita. Isto era válido em outras épocas, mas não para agora porque já sabemos que 2016 será igual ou pior que 2015, porque vivemos no Brasil uma crise política que é também de valores e que se irradia para os setores da economia, lembrando que quando o setor produtivo vai mal toda a estrutura do país vai mal também.
O dileto leitor sabe que quando a economia funciona bem há produção, há consumo porque as famílias ganham poder de compra e, por isso, a arrecadação de impostos cresce e evita rombos e o governo pode honrar seus compromissos. A senhora presidente sabe disso e se ela fosse realmente uma estadista voltada para os problemas cruciais do país, teria tomado as medidas necessárias. Entretanto que fez ela? Virou as costas para o povo e com anuência dos fantoches no Congresso recriou o famigerado imposto CPMF que significa, certamente, menos postos de trabalho e mais imposto para a população.
Isto que estou escrevendo pode passar a impressão de pessimismo. Mas o que eu escrevo é sempre baseado em informações de alta credibilidade. Um bom exemplo consta no jornal de Presidente Prudente O Imparcial em 29/11/15 no editorial: “A economia regional terá melhora no segundo semestre de 2017”. Cito, também pequeno trecho do artigo escrito pelo empresário Benjamin Steinbruch (Presidente da Companhia Siderúrgica Nacional) na Folha em 15/12/15: “Um ano tenebroso na área política, sofrido para a economia e que acaba quase sem ter começado para o setor produtivo. Vai deixar para a história uma devastação econômica como há muito tempo não se via no Brasil. Os níveis de destruição de riquezas são assustadores. Os governos perderam receitas, as empresas perderam produção, o país perdeu investimentos e os trabalhadores perderam empregos e salários”. Tudo vem demonstrar que o Brasil está doente e pior, doença moral e quase sem percebermos a podridão se alastra e desce em cascata como a lama de Mariana, contaminando o Estado com um governo ¬ Executivo e Legislativo – que escarnece de seus governados provocando verdadeira falência econômica do país e a deterioração de valores morais e daí o escândalo da corrupção.
Tempos atrás os protestos de rua tinham como objetivos as áreas de Educação e Saúde tidas como os maiores problemas do Brasil. Hoje, os protestos dizem respeito à corrupção. Pesquisa recente do Datafolha mostra que a corrupção é apontada por 48% dos entrevistados como o maior problema deste país e que os bilhões de reais surrupiados reduzem os valores que deveriam ir para a Educação e Saúde. Essa mesma pesquisa coloca em realce, como verdadeiro herói a figura do Juiz Sergio Fernando Moro que atua na operação Lava-Jato.
Aproveito este momento para informar o nosso leitor que o pai desse juiz o professor Dalton Áureo Moro, foi meu colega e companheiro de trabalho por vários anos no curso de pós-graduação em Geografia, aqui na FCT/UNESP. Paramos em 2004, Eu, vítima de um incidente, mas na minha lenta recuperação acabei organizando o livro que conta a história oral da FAFI-UNESP. Enquanto isso o professor Daltom Moro, infelizmente, vítima de um câncer, faleceu em Maringá em 2005. Também dá para pensar que nosso país não tem tido muita sorte: Além da praga Dilma-Cunha-Congresso, que afeta o Brasil inteiro, temos áreas que sofrem constantes secas, incêndios e devastações florestais, crise hídrica, o famigerado mosquito Aedes aegypti que produz a dengue, os vírus chikungunya e zika e os surtos de microcefalia que ocorrem no Nordeste do país.
Tudo isto e ainda tivemos o maior desastre ambiental da história do Brasil quando a barragem do Fundão em Mariana (MG) se rompeu fazendo vazar mais de 40 bilhões de litros de lama tóxica que dizimou a fauna e a flora do Rio Doce e ainda matou muitas pessoas. Esse é o terrível quadro que se pode pintar para nosso país. Entretanto, não se pode perder a coragem e a esperança, mas se não pudermos fazer nada, pelo menos podemos orar ao Senhor e pedir a Ele que tenha compaixão, sobretudo, daquelas milhões de pessoas que vivem na base da nossa pirâmide social.
Para encerrar, quero pelo menos desejar um bom ano de 2016 dedicando estas palavras de Mark Twain: “Nunca se afaste de seus sonhos. Porque se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
*professor emérito da Faculdade de Ciências e Tecnologia FCT/UNESP e ex-diretor dessa mesma instituição.