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Os professores Me. Danillo Xavier Soares e Me. Ricardo Azenha L. Albuquerque no livro Gestão da Inovação e Tecnologia definem a inovação como “fazer algo novo, diferente dos padrões anteriores (…) mudar a forma de pensar, agir, trabalhar, percebendo e identificando possíveis oportunidades de negócio ou de melhoria para algo que já esteja em andamento”.
No filme “Walt antes do Mickey”, é retratada a vida de Walter Elias Disney ou simplesmente Walt Disney, antes da conquista de um dos maiores impérios do mundo do entretenimento. É impressionante como Disney lidava com suas limitações e falhas. O mesmo identificava suas fragilidades e não hesitava em aprender com elas. Considerava-se um “péssimo” administrador e chegou a declarar que nunca fez um desenho que realmente gostasse, por isto pediu para que o seu irmão Roy O. Disney o ajudasse com a administração e cercou-se de desenhistas talentosos.
Disney não poupou esforços para inovar, melhorar, inventar e reinventar técnicas de desenhos, equipamentos como a câmera multiplano e até mesmo métodos para o trabalho em equipe. Há relatos que Walt Disney incentivava seus desenhistas a melhorarem constantemente. O objetivo era fazer as pessoas rirem, então, os colaboradores inovavam, a partir do roteiro original.
E, não é apenas em empresas de criação que a inovação tem em sua base a valorização dos colaboradores!
Em meados de 1930 foi encomendado uma pesquisa para aumento de produtividade em uma fábrica de peças de telefones, a Western Electric Company. Esperava-se que o aumento da iluminação refletisse positivamente na produção.
Uma das conclusões mais surpreendentes foi de que a atenção concedida aos colaboradores e, o espaço para opinarem foi mais determinante no aumento de produtividade do que a iluminação isoladamente. Como comprovado em outro estudo, do professor e psicólogo norte-americano Frederick Irving Herzberg, a iluminação, neste caso, realmente é importante, da mesma forma que outros fatores como o salário, plano de carreira, política da empresa, regulamento interno, entre outros.
A falta destes fatores pode gerar insatisfação, entretanto, quando presentes, não garantem o engajamento dos funcionários. Por outro lado, Herzberg também fala desses fatores intrínsecos, mais subjetivos, que geram a motivação. Entre eles está este tipo de atenção entregue aos trabalhadores da Western Electric que geraram comprometimento e produtividade à fábrica.
Portanto, pode-se afirmar que a inovação não é própria de grandes empresas e seus departamentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). É algo que está ao alcance de todos, pode ser incorporado ao comportamento, a postura profissional e virar um bom hábito.
À medida que a postura inovadora é transferida à profissão, soluções surgem naturalmente para que haja redução de desperdícios, de custos, de retrabalho, de falhas de comunicação, na motivação da equipe, na fidelização de clientes, no lançamento de produtos.
Com disposição e força de vontade, inovar pode ser mais simples do que se imagina!
*consultor de empresas, professor executivo/colunista da FGV/ABS (Fundação Getúlio Vargas/América Business School) de Presidente Prudente.
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